DEU NA FOLHA DE S. PAULO
Enfraquecimento da ala "bancária" do partido abriu guerra por postos em empresas em que a Previ tem participação
Acusação de que fundo de pensão do BB seria "central de produção de dossiês" aumentou a temperatura do conflito
Leonardo Souza e Dimmi Amora
DE BRASÍLIA - O enfraquecimento dos "petistas bancários" no governo ensejou uma luta por 274 cargos nos conselhos de 74 empresas nas quais a Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil) tem participação.
Os mais cobiçados são na estrutura societária da Vale, onde Sérgio Rosa, que deixou o comando do fundo de pensão em maio, ainda ocupa a presidência do conselho de administração.
Segundo a Folha apurou, até o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, se candidatou para assumir uma cadeira do conselho da mineradora.
O Planalto, contudo, não vê com bons olhos a pretensão de Bendine.
Como a Vale é cliente do Banco do Brasil, instituição na qual a companhia tem várias linhas de crédito, analistas do mercado financeiro entendem que a presença do presidente do banco no conselho da mineradora poderia suscitar conflito de interesse.
Além disso, é o presidente da Previ quem historicamente preenche a vaga a que o fundo de pensão dos trabalhadores do banco tem direito. A Vale é a empresa na qual a Previ concentra seu maior investimento individual -cerca de R$ 35 bilhões.
MUDANÇA NA PREVI
A Previ é comandada hoje pelo ex-vice-presidente do BB Ricardo Flores, considerado de perfil "independente" e com bom trânsito no Palácio do Planalto.
Assim, a vaga deveria ser dele. Esse acerto valia até o final da semana passada. Sérgio Rosa tem mandato no conselho da Vale até abril do ano que vem.
Ele havia aceitado assumir a presidência da Brasilprev (coligada do BB) e abrir mão da cadeira na mineradora. No último final de semana, porém, houve uma reviravolta no acerto.
A revista "Veja" trouxe a denúncias de que, sob o comando de Rosa, funcionava na Previ uma "fábrica de dossiês" contra adversários políticos do PT. Assim, os sócios do BB na Brasilprev, o grupo americano Principal, levantaram dificuldades para aceitar o nome do ex-presidente do fundo de pensão.
Rosa pode não aceitar mais deixar o conselho da Vale se seu nome for vetado para a Brasilprev, uma vez que ficaria sem espaço.
A briga em torno do assento na mineradora não é isolada. Os bancários podem perder vagas em várias outras empresas nas quais a Previ tem participação.
SINDICALISTAS
Pelo menos 12 ex-dirigentes sindicais têm assento em conselhos de 11 empresas em que Previ tem sociedade. Entre as empresas estão o grupo Neoenergia, que controla várias distribuidoras de energia do país, e a Invepar, que tem empresas na área de transportes e logística.
Esse grupo, do qual Sérgio Rosa e o ex-presidente do PT Ricardo Berzoini são os maiores expoentes atualmente, perdeu espaço na administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos últimos meses.
Conforme a Folha revelou, um dos motivos recentes de mais desgaste foi o episódio de um dossiê contra o ministro Guido Mantega (Fazenda). O próprio governo atribui aos bancários a autoria do material.
Segundo a Folha apurou, Planalto, BB e Previ estudam promover uma grande troca nos conselhos dessas empresas caso a candidata petista Dilma Rousseff vença a eleição presidencial.
Enfraquecimento da ala "bancária" do partido abriu guerra por postos em empresas em que a Previ tem participação
Acusação de que fundo de pensão do BB seria "central de produção de dossiês" aumentou a temperatura do conflito
Leonardo Souza e Dimmi Amora
DE BRASÍLIA - O enfraquecimento dos "petistas bancários" no governo ensejou uma luta por 274 cargos nos conselhos de 74 empresas nas quais a Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil) tem participação.
Os mais cobiçados são na estrutura societária da Vale, onde Sérgio Rosa, que deixou o comando do fundo de pensão em maio, ainda ocupa a presidência do conselho de administração.
Segundo a Folha apurou, até o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, se candidatou para assumir uma cadeira do conselho da mineradora.
O Planalto, contudo, não vê com bons olhos a pretensão de Bendine.
Como a Vale é cliente do Banco do Brasil, instituição na qual a companhia tem várias linhas de crédito, analistas do mercado financeiro entendem que a presença do presidente do banco no conselho da mineradora poderia suscitar conflito de interesse.
Além disso, é o presidente da Previ quem historicamente preenche a vaga a que o fundo de pensão dos trabalhadores do banco tem direito. A Vale é a empresa na qual a Previ concentra seu maior investimento individual -cerca de R$ 35 bilhões.
MUDANÇA NA PREVI
A Previ é comandada hoje pelo ex-vice-presidente do BB Ricardo Flores, considerado de perfil "independente" e com bom trânsito no Palácio do Planalto.
Assim, a vaga deveria ser dele. Esse acerto valia até o final da semana passada. Sérgio Rosa tem mandato no conselho da Vale até abril do ano que vem.
Ele havia aceitado assumir a presidência da Brasilprev (coligada do BB) e abrir mão da cadeira na mineradora. No último final de semana, porém, houve uma reviravolta no acerto.
A revista "Veja" trouxe a denúncias de que, sob o comando de Rosa, funcionava na Previ uma "fábrica de dossiês" contra adversários políticos do PT. Assim, os sócios do BB na Brasilprev, o grupo americano Principal, levantaram dificuldades para aceitar o nome do ex-presidente do fundo de pensão.
Rosa pode não aceitar mais deixar o conselho da Vale se seu nome for vetado para a Brasilprev, uma vez que ficaria sem espaço.
A briga em torno do assento na mineradora não é isolada. Os bancários podem perder vagas em várias outras empresas nas quais a Previ tem participação.
SINDICALISTAS
Pelo menos 12 ex-dirigentes sindicais têm assento em conselhos de 11 empresas em que Previ tem sociedade. Entre as empresas estão o grupo Neoenergia, que controla várias distribuidoras de energia do país, e a Invepar, que tem empresas na área de transportes e logística.
Esse grupo, do qual Sérgio Rosa e o ex-presidente do PT Ricardo Berzoini são os maiores expoentes atualmente, perdeu espaço na administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos últimos meses.
Conforme a Folha revelou, um dos motivos recentes de mais desgaste foi o episódio de um dossiê contra o ministro Guido Mantega (Fazenda). O próprio governo atribui aos bancários a autoria do material.
Segundo a Folha apurou, Planalto, BB e Previ estudam promover uma grande troca nos conselhos dessas empresas caso a candidata petista Dilma Rousseff vença a eleição presidencial.
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