DEU EM O GLOBO
Ex-governador diz que unidade construída na campanha está sendo "dilacerada"
Maria Lima
BRASÍLIA. Escolhido pelo vice presidente eleito, Michel Temer (PMDB-SP), como indicação de sua cota pessoal para o Ministério das Cidades, o vice presidente da Caixa e ex-governador do Rio, Moreira Franco, está no centro das disputas entre os partidos aliados, e também na bancada do PMDB na Câmara, que gostaria de indicar outro nome para a pasta. Sentindo-se ameaçado com as resistências internas, ele criticou o comando das articulações da transição, disse que Temer está sendo esvaziado e que a unidade do partido que deu a vitória à presidente eleita, Dilma Rousseff, está ameaçada.
Moreira criticou especialmente o fato de Dilma, o futuro ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, e o presidente do PT, José Eduardo Dutra, terem se reunido ontem separadamente com Temer, para discutir nomes da Câmara, e depois com os senadores José Sarney e Renan Calheiros, do PMDB, para negociar os indicados do Senado.
O vice-presidente da Caixa negou que tenha havido, junto a Dilma, um veto a seu nome por parte do governador do Rio, Sérgio Cabral. O governador negociou, sem consultar o partido, o nome de seu secretário Sérgio Côrtes para o Ministério da Saúde.
- O problema não é ter dois ministérios do Rio (ele próprio e Côrtes). No atual governo, tem oito do Rio, sendo três só do PT. O problema é o processo de encaminhamento. O Michel está sendo esvaziado. Como não se define nada, o Cabral foi lá ontem, sem consultar ninguém, e acertou o lado dele - explicou.
Na conversa com Cabral, Dilma disse que não haveria problema em nomear Moreira, desde que essa indicação fosse consenso na bancada do PMDB na Câmara. O problema é que os deputados já referendaram outro nome da cota de Temer: o atual ministro da Agricultura, Wagner Rossi. Pelas negociações, Temer só teria direito a indicar um ministro em sua cota pessoal.
- Se ele (Cabral) me vetou foi na rua. Aqui não teve veto nenhum. A (minha) indicação não está condicionada ao consenso na bancada. O problema é a acomodação geral. Não se sabe quantos nem quais ministérios o PMDB terá. Depois do Cabral ter ido lá ontem, hoje foi o Senado. A unidade que se construiu durante a campanha e que levou a vitoria de Dilma, está sendo dilacerada - disse Moreira, de manhã.
Sobre a negociação dura com o comando da transição, especialmente o presidente do PT, José Eduardo Dutra, Moreira reclamou do excesso de exigências dos articuladores:
- Claro, ele (Dutra) está defendendo o dele! Como a imprensa acuou o PMDB de tal forma, falando de fisiologismo, estão cheios de dengos e doces.
Ex-governador diz que unidade construída na campanha está sendo "dilacerada"
Maria Lima
BRASÍLIA. Escolhido pelo vice presidente eleito, Michel Temer (PMDB-SP), como indicação de sua cota pessoal para o Ministério das Cidades, o vice presidente da Caixa e ex-governador do Rio, Moreira Franco, está no centro das disputas entre os partidos aliados, e também na bancada do PMDB na Câmara, que gostaria de indicar outro nome para a pasta. Sentindo-se ameaçado com as resistências internas, ele criticou o comando das articulações da transição, disse que Temer está sendo esvaziado e que a unidade do partido que deu a vitória à presidente eleita, Dilma Rousseff, está ameaçada.
Moreira criticou especialmente o fato de Dilma, o futuro ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, e o presidente do PT, José Eduardo Dutra, terem se reunido ontem separadamente com Temer, para discutir nomes da Câmara, e depois com os senadores José Sarney e Renan Calheiros, do PMDB, para negociar os indicados do Senado.
O vice-presidente da Caixa negou que tenha havido, junto a Dilma, um veto a seu nome por parte do governador do Rio, Sérgio Cabral. O governador negociou, sem consultar o partido, o nome de seu secretário Sérgio Côrtes para o Ministério da Saúde.
- O problema não é ter dois ministérios do Rio (ele próprio e Côrtes). No atual governo, tem oito do Rio, sendo três só do PT. O problema é o processo de encaminhamento. O Michel está sendo esvaziado. Como não se define nada, o Cabral foi lá ontem, sem consultar ninguém, e acertou o lado dele - explicou.
Na conversa com Cabral, Dilma disse que não haveria problema em nomear Moreira, desde que essa indicação fosse consenso na bancada do PMDB na Câmara. O problema é que os deputados já referendaram outro nome da cota de Temer: o atual ministro da Agricultura, Wagner Rossi. Pelas negociações, Temer só teria direito a indicar um ministro em sua cota pessoal.
- Se ele (Cabral) me vetou foi na rua. Aqui não teve veto nenhum. A (minha) indicação não está condicionada ao consenso na bancada. O problema é a acomodação geral. Não se sabe quantos nem quais ministérios o PMDB terá. Depois do Cabral ter ido lá ontem, hoje foi o Senado. A unidade que se construiu durante a campanha e que levou a vitoria de Dilma, está sendo dilacerada - disse Moreira, de manhã.
Sobre a negociação dura com o comando da transição, especialmente o presidente do PT, José Eduardo Dutra, Moreira reclamou do excesso de exigências dos articuladores:
- Claro, ele (Dutra) está defendendo o dele! Como a imprensa acuou o PMDB de tal forma, falando de fisiologismo, estão cheios de dengos e doces.
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