Nelson Jobim combinou com Lula que ficaria um ano e meio na Defesa com Dilma, até concluir a arrumação da casa. Agora encurtou ainda mais o prazo. Seu novo "timing" é julho.
Até lá, vai somar, diminuir e ver o que sobra de suas ideias e programas, alguns ambiciosos como nunca antes neste país -nem no regime militar. A depender do resultado, fica ou não.
A relação com Dilma vai bem, embora discordem quanto a Guimarães Rosa. O ministro acha o texto do grande mestre enfadonho, rococó. A presidente adora.
Na verdade, porém, Jobim perdeu sua superautonomia ao ganhar uma chefe. Lula não queria saber de chatices, muito menos militares. Já Dilma lê tudo e quer tudo na ponta da língua e do lápis.
E mais: o ministro virou mortadela de sanduíche. De um lado, Dilma, Maria do Rosário (Direitos Humanos) e a esquerda pressionam pela verdade. De outro, Exército, Marinha e Aeronáutica chiam contra a Comissão da Verdade.
De um lado, Dilma e a equipe econômica, com uma tesoura enorme, cortando verbas, programas, rotinas, navios, aviões, blindados. De outro, generais, brigadeiros e almirantes (e suas tropas, de coronéis a sargentos) embalados por sonhos bélicos de Primeiro Mundo.
Jobim resolve tudo manipulando a riqueza da língua. Põe um adjetivo daqui, tira outro dali e agrada todo mundo. Mas, dizem, não se enganam (nem se agradam) todos o tempo todo.
Uma hora complica.
Nessa hora, ele tem trunfos: ninguém é insubstituível, mas, se há alguém difícil de substituir, é Jobim. Estruturou a Defesa, pacificou uma área sensível e tem comando sobre os comandos. É também consultor na área jurídica e mediador com o Judiciário, o PMDB e parte da oposição. Vários em um.
Sair é ruim para ele, que adora o poder, mas pior para Dilma, pois ministros assim andam em falta no mercado. Mas ficar por ficar não faz bem o gênero de Jobim.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
A relação com Dilma vai bem, embora discordem quanto a Guimarães Rosa. O ministro acha o texto do grande mestre enfadonho, rococó. A presidente adora.
Na verdade, porém, Jobim perdeu sua superautonomia ao ganhar uma chefe. Lula não queria saber de chatices, muito menos militares. Já Dilma lê tudo e quer tudo na ponta da língua e do lápis.
E mais: o ministro virou mortadela de sanduíche. De um lado, Dilma, Maria do Rosário (Direitos Humanos) e a esquerda pressionam pela verdade. De outro, Exército, Marinha e Aeronáutica chiam contra a Comissão da Verdade.
De um lado, Dilma e a equipe econômica, com uma tesoura enorme, cortando verbas, programas, rotinas, navios, aviões, blindados. De outro, generais, brigadeiros e almirantes (e suas tropas, de coronéis a sargentos) embalados por sonhos bélicos de Primeiro Mundo.
Jobim resolve tudo manipulando a riqueza da língua. Põe um adjetivo daqui, tira outro dali e agrada todo mundo. Mas, dizem, não se enganam (nem se agradam) todos o tempo todo.
Uma hora complica.
Nessa hora, ele tem trunfos: ninguém é insubstituível, mas, se há alguém difícil de substituir, é Jobim. Estruturou a Defesa, pacificou uma área sensível e tem comando sobre os comandos. É também consultor na área jurídica e mediador com o Judiciário, o PMDB e parte da oposição. Vários em um.
Sair é ruim para ele, que adora o poder, mas pior para Dilma, pois ministros assim andam em falta no mercado. Mas ficar por ficar não faz bem o gênero de Jobim.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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