A Fifa afastou o ministro Orlando Silva Jr. como interlocutor para assuntos da Copa-2014. Segundo o secretário-geral Jerôme Valcke, haverá novo representante do país nas negociações da Lei Geral da Copa.
Para o vice-presidente Michel Temer, se houver troca, Pelé será um grande nome para a pasta.
Dirigente da Fifa já trata Orlando como ex-ministro, e Temer cita Pelé
Secretário-geral afirma que em novembro vai se reunir com o "novo representante da Dilma"
Em nota, a Casa Civil disse que o Ministério do Esporte continuará a ser o responsável pelas ações da Copa
Rodrigo Mattos
A Fifa "afastou" o ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., como interlocutor do governo brasileiro para temas da Copa-2014 antes mesmo de decisão da presidente Dilma Rousseff sobre o seu futuro.
Segundo o secretário-geral da Fifa, Jerôme Valcke, haverá um novo representante do país nas negociações da Lei Geral da Copa. Foi marcado um encontro entre a cúpula da Fifa e a presidente em novembro para chegar a um acordo definitivo em relação à legislação do Mundial.
"Em novembro, a ideia que vamos ver o novo representante da Dilma para a Copa e o representante do parlamentar. Estou confiante que a presidente apontou uma equipe independente do que acontecer com o ministro Orlando", disse Valcke sem citar nomes.
Ontem, o vice-presidente Michel Temer trouxe à discussão o nome do ex-jogador Pelé. "Se houver substituição, é claro que o Pelé é sempre um grande nome", disse. Em nota, a Casa Civil disse que o Ministério do Esporte continua a ser responsável pela condução das ações da Copa.
Desde o início da crise, a Fifa e o Comitê Organizador Local têm se aproveitado para minimizar o papel no Mundial de Orlando, que não era bem visto pelas organizações.
Também vêm demonstrando impaciência por não avançarem nas suas reivindicações em relação à legislação. Querem punições mais duras à pirataria e ao marketing de emboscada e maior proteção aos direitos de TV. Há ainda a discussão sobre a meia-entrada para os ingressos. Apesar dos elogios a Dilma, eles voltaram a mostrar irritação.
"É tempo de acabar com o tema porque não estamos adiantados", disse Valcke.
Até o presidente da Fifa, Joseph Blatter, se disse disposto a ir ao Brasil em novembro para resolver a questão, mas ressaltou não interferir nas decisões internas do país.
"Não vou falar sobre corrupção no Brasil. É uma questão do governo. Vou encontrar a presidente Dilma Roussef em novembro. E vamos finalizar para sempre os compromissos que o governo anterior tomou com a Fifa."
Foi uma cutucada em Dilma ao lembrar que as garantias legais foram assinadas por Lula. Blatter já afirmou que tinha relação bem melhor com o ex-presidente.
A pressa da Fifa em resolver as questões legais tem a ver com a preparação do Mundial. Para a entidade, esses entraves ameaçam o andamento de determinados itens, como a venda de ingressos.
Colaborou Rodrigo Vizeu
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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