Diógenes Botelho
A demissão de Carlos Lupi (PDT) do comando do Ministério do Trabalho mostra que a presidente Dilma Rousseff não tem controle nenhum sobre o governo. A afirmação é do líder do PPS na Câmara, deputado federal Rubens Bueno (PR), para quem o primeiro ano da petista no Planalto foi marcado pela paralisia administrativa e escândalos de corrupção.
“A demissão de Lupi é a prova de que Dilma não tem nenhum controle sobre o governo e passou o primeiro ano administrando o espólio de corrupção herdado do ex-presidente Lula. Com a postura de segurar por no governo ministros envolvidos em escândalos, a autoridade dela, a cada dia que passa, deixa de existir”, analisa o líder do PPS.
Para Rubens Bueno, nesse primeiro ano não há nenhuma ação de governo concreta, a não ser as obras da Copa do Mundo, com atraso quatro anos. “Nós não vemos Dilma governar com uma esquipe adequada à realidade dessa nova etapa da vida do país. Ela só vem atendendo as demandas de loteamento de cargos, da velha prática política, quando imaginávamos que com Dilma o governo seria diferente do que foi com Lula”, critica o deputado.
Reforma ministerial
A reforma ministerial, prevista para janeiro, é, na avaliação do líder do PPS, uma oportunidade para a presidente dar uma virada em seu governo. “É uma oportunidade para ela restabelecer a sua autoridade como presidente e definir a equipe com quem pretende governar. E, acima de tudo, colocar em prática os compromissos que firmou durante a última campanha presidencial”, sugere Rubens Bueno.
Investigação
Para o líder, a demissão de Lupi não é suficiente para conter o esquema de corrupção montado na pasta. Ele cobra da presidente um ação concreta para “afastar a roubalheira” do seio de seu governo. “Não basta só demitir ministro. Queremos o aprofundamento das investigações e o desmonte completo do aparelho de corrupção montado no ministério do Trabalho. Por outro lado, a Advocacia Geral da União tem que entrar em campo para recuperar o dinheiro roubado em diversos convênios da pasta com Ongs dirigidas por filiados ao PDT”, defendeu Rubens Bueno, que cobra ainda implantação de um novo modelo de gestão para a administração pública.
Seis já caíram por corrupção
Rubens Bueno lembra que em 11 meses de governo seis ministros caíram do cargo após denúncias de corrupção. Antônio Palocci (Casa Civil), suspeito de usar sua consultoria particular para exercer tráfico de influência e enriquecer ilicitamente; Alfredo Nascimento (Transportes), com o mensalão do PR; Wagner Rossi (Agricultura), por desvios de verbas na pasta; Pedro Novais, cuja pasta do Turismo foi alvo de operação da Polícia Federal que desbaratou uma quadrilha que desviava recursos públicos, Orlando Silva, pelo esquema de desvio de verbas no Esporte e, agora, Carlos Lupi, acusado de montar um balcão da propina no Ministério do Trabalho.
Loteamento do governo
Para o líder do PPS, outro problema que tem agravado os escândalos de corrupção no governo Dilma é a prática de entregar ministérios “de porteira fechada” aos partidos aliados. “Esse loteamento é que leva a situações como essa (do Ministério do Trabalho). O governo precisava escolher pessoas preparadas, qualificadas para que o ministério trabalhe para devolver as políticas públicas e não para atender interesses desse ou daquele partido. Mas hoje o que vemos é a distribuição de lotes e, a partir daí, se aparelha toda uma estrutura de governo, por meio de um partido, para colher benefícios. Isso acaba em casos de extrema gravidade como o que estamos vendo aí”, critica Bueno.
FONTE: PORTAL DO PPS
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