Eugênia Lopes, Edna Simão e Marcelo Portela
BRASÍLIA, BELO HORIZONTE - Os partidos de oposição vão tentar aprovar a convocação do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel, para explicar a atuação de sua empresa, a P-21 Consultoria e Projetos, entre 2009 e 2010. O requerimento será apresentado hoje na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara.
Reportagem publicada pelo jornal O Globo sugere tráfico de influência da consultoria do ministro em licitações da prefeitura de Belo Horizonte e a não prestação de serviços pagos pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
"A suspeita existe e ele tem que se explicar", afirmou ontem o líder do DEM, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA).
"Ele precisa vir a público e explicar detalhadamente como ocorreram essas consultorias", emendou o líder do PSDB, deputado Duarte Nogueira (SP). Para o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), a denúncia é grave.
O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), saiu em defesa do ministro. O petista não vê problema no fato de Pimentel ter recebido R$ 2 milhões por serviços de consultoria realizados em 2009 e 2010. Na avaliação de Vaccarezza, o ministro era uma "pessoa comum" e, portanto, não havia impedimento para exercer o serviço. "Ele não era ministro. Era um cidadão comum", afirmou o líder. "Todas as empresas no Brasil têm de alguma forma uma relação com o poder público."
Depois da presidente Dilma Rousseff, agora é a vez de correligionários cobrarem explicações do ministro. Pimentel reúne-se hoje com a bancada petista em seu gabinete para esclarecer suas atividades como consultor. A reunião já estava agendada, mas o tema principal passa a ser as denúncias contra o ministro.
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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