Por unanimidade, os 380 funcionários que trabalham no Lote I da ferrovia, no Cariri cearense, decidiram paralisar as atividades na manhã ontem
Carmen Pompeu
FORTALEZA - Operários da Transnordestina cruzaram os braços ontem no Lote I em Missão Velha, no Cariri cearense. A paralisação começou pela manhã após uma assembleia realizada pelo sindicato em frente à obra.
Por unanimidade, os 380 trabalhadores optaram pela greve até que suas reivindicações sejam atendidas. Foi montada uma comissão de seis trabalhadores para negociar junto com o sindicato patronal e com os representantes da empresa Odebrecht, que é a responsável pelo trecho.
Na parte da tarde houve uma reunião com encarregados. Mas, de acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias em Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem em Geral do Estado do Ceará (Sintepav-CE), Raimundo Nonato Gomes, não houve acordo. "Não estamos avançando em nada. Acredito que a paralisação não termina antes de quinta-feira", afirmou Gomes.
Mesmo diante da resistência do sindicato patronal, ele espera que as reivindicações sejam atendidas.
De acordo com Raimundo Nonato Gomes, apenas a Odebrecht está descumprindo esse acordo já firmado em Convenção Coletiva de Trabalho. "Caso não haja cumprimento, a obra permanecerá parada", garantiu o presidente do Sintepav-CE.
Os operários reivindicam reajuste de 100% no porcentual de horas extras, que hoje é de 70%; aumento da cesta básica de R$ 80 para R$ 150; plano de saúde estendido aos familiares; reajuste de 2% sobre o salário de todos os trabalhadores para complementar o porcentual de 13% da categoria e o retroativo de abril (em outubro foi concedido 11%); PRL de 440 horas (referente a dois meses de trabalho); ajuda de custo no valor de R$ 200 para os trabalhadores em alojamentos; e folga no dia do pagamento.
Obra do PAC. A Transnordestina integra a lista das maiores obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Quando concluída, a ferrovia terá 1.728 quilômetros de extensão e ligará os Portos de Pecém, no Ceará, e Suape, em Pernambuco, ao sertão do Piauí. Transportará cerca de 40 milhões de toneladas/ano de grãos, minério, gesso, frutas e combustíveis.
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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