terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Interino de Lupi é técnico leal ao ex-chefe

Única vaidade de Paulo Roberto Pinto foi guardar D.O. quando substituiu o então ministro do Trabalho

Roberto Maltchik

BRASÍLIA. Carlos Lupi saiu do Ministério do Trabalho, mas continua bem representado na pasta. O ministro interino é Paulo Roberto dos Santos Pinto, um pedetista de 39 anos, nascido em Nova Friburgo (RJ) e que se fortaleceu por sua lealdade ao ex-ministro. Pinto também é mais um entre os membros da Executiva Nacional do PDT que acumularam cargos estratégicos no Trabalho.

O interino chegou ao ministério com Lupi, em 2007, como assessor especial. Antigos colegas relatam que o servidor de carreira do Banco do Brasil é um burocrata tradicional, acostumado ao ordenamento de pagamentos de contratos e fornecedores. Desde que autorizados pelo superior hierárquico.

- Ele é um técnico. Eu o conheci em Nova Friburgo. Ele foi gerente do Banco do Brasil em Nova Friburgo, mas antes mesmo já era do PDT. Eu gosto muito dele - afirmou Olney Ribeiro Botelho (PDT-RJ), suplente do senador Lindbergh Farias (PT-RJ).

Segundo um ex-colega da pasta, o pouco de vaidade que Paulo Roberto Pinto nutre no exercício da função pública é graças à interinidade. Fala-se até que, em 2010, quando Lupi representou o Brasil em reunião da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Genebra, o interino guardou com carinho a página do Diário Oficial da União, com o registro dos poucos momentos em que se firmou no comando do ministério.

Entre os pedetistas, a avaliação é que Lupi pode continuar imprimindo sua marca pessoal no novo gabinete temporário, tamanha influência que exerce sobre Paulo Roberto Pinto. Aliás, o PDT continua enraizado no comando do principal braço operador do Trabalho, a Secretaria de Políticas Públicas de Emprego, sob a direção de Carlos Roberto Simi, outro integrante da Executiva Nacional do partido.

Dilma já avisou que, até a reforma ministerial, nada muda na estrutura do Trabalho. Muito menos deve indicar um substituto para Pinto, que acumulará a tarefa de secretário-executivo até a mudança prevista para janeiro de 2012. De acordo com a assessoria do ministério, Paulo Roberto Pinto passou o dia em atividades internas e, por ora, não deve conceder entrevistas.

FONTE: O GLOBO

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