Eleições 2012 Após a MDU, bloco avalia os caminhos
Bruna Serra
Distantes do comando do Recife há 11 anos, 12 meses e 29 dias, os partidos que hoje formam a oposição pernambucana entram em mais um ano eleitoral na tentativa de se reinventarem. O cenário, entretanto, remete a um jogo de xadrez, onde qualquer passo em falso pode resultar em mais uma retumbante derrota, filme que PMDB, DEM, PPS, PMN e PSDB não gostariam mais de assistir. No discurso para reverter tamanha desvantagem, são temas preferenciais a fragilidade do prefeito João da Costa (PT) e a unidade das forças oposicionistas.
Na contabilidade dos ganhos em 2011 consta a atuação da Mesa da Unidade (MDU), ajuntamento de lideranças oposicionistas que rodam a cidade à caça de falhas do adversário. Idealizador da mesa, o ex-deputado Raul Jungmann (PPS) avalia como positiva a ação das oposições em 2011, “porque atuou de forma conjunta, não teve divisões, não teve conflito de interesses". "A oposição foi capaz de se unir politicamente, competir eleitoralmente e regular os seus conflitos de maneira adequada e sem riscos para a unidade”, destaca o pré-candidato.
Também no páreo, o deputado federal Raul Henry (PMDB) procura manter os pés no chão. Derrotado por João da Costa em 2008, ele reconhece as dificuldades de reverter o cenário em 2012. “A eleição do Recife tem uma particularidade, que é a avaliação muito negativa do prefeito. Todas as pessoas acreditam hoje numa eleição em dois turnos. Contudo, temos que ter uma agenda para a cidade”, esclarece.
Mesmo com a intenção da maioria de seus integrantes, a MDU não promoveu mudanças práticas na cidade. Líder nacional do mais representativo partido de oposição no Brasil, o PSDB, o deputado federal Sérgio Guerra não vê grandes avanços no primeiro ano de trabalho da mesa. “A MDU não cumpriu seu papel, não consigo identificar os efeitos práticos”, disse o tucano, avaliando que o próprio PT cumpriu melhor o dever de se opor ao prefeito. “Nem os chineses, que são os melhores jogadores de tênis de mesa do mundo, conseguiram o que o PT de Pernambuco conseguiu: jogar dos dois lados da mesa”, ironizou Guerra, que defende a candidatura do deputado estadual Daniel Coelho (PSDB).
Ex-governador, o deputado federal Mendonça Filho (DEM) é outro que não vê com bom olhos o cenário para o próximo ano. Destaca a situação de fragilidade que os oposicionistas amargam no Brasil inteiro e reconhece que em Pernambuco a situação é ainda mais grave, tendo em vista o adesismo em massa que abateu o contingente dos partidos, especialmente o que comanda.
FONTE: JORNAL DO COMMERCIO (PE)
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