Pedido de abertura da comissão tem só 14 das 24 assinaturas necessárias
Desde sexta o deputado federal Garotinho vem divulgando vídeos dos encontros entre Cabral e Cavendish na Europa
Italo Nogueira
RIO - O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) pediu ontem a instauração de uma CPI para investigar contratos da Delta com o governo do Rio: ele questiona a relação entre o governador Sérgio Cabral (PMDB) e o dono da empresa, Fernando Cavendish.
O pedido, feito ontem após a publicação de novas imagens de encontros entre os dois, recebeu ontem 14 assinaturas das 24 necessárias -são 70 deputados.
Desde sexta, o deputado federal Anthony Garotinho (PR) vem divulgando em seu blog fotos e vídeos dos encontros entre Cabral, Cavendish e secretários estaduais do Rio durante viagens à Europa.
Ontem Garotinho identificou outro participante do que ele chama no blog de "gangue do guardanapo" (isso porque numa das fotos Cavendish e os secretários estaduais Sérgio Côrtes e Wilson Carlos, entre outros, aparecem com guardanapos brancos amarrados na cabeça).
Ele é o empresário Georges Sadala Rihan, cuja empresa participa de consórcio em contratos com a Junta Comercial do Rio. Sadala, como é conhecido, é sócio da empresa Gelpar Empreendimentos e Participações, que participa do Consórcio Agiliza Rio.
Desde 2009 recebeu R$ 57 milhões do Estado pela execução do programa Poupatempo, que reúne órgãos oficiais com o fim de facilitar a obtenção de documentos.
De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento, o contrato foi feito por meio de licitação em dezembro de 2008. O edital, diz a pasta, foi aprovado pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado).
A assessoria de Sadala disse que ele foi convidado com outros 150 empresários para acompanhar a comitiva do governador para eventos em Paris em setembro de 2009.
"Como empresário do setor financeiro, investidor do setor privado no Rio de Janeiro, e amigo do governador, Georges Sadala foi um dos convidados", disse assessoria do empresário.
As imagens divulgadas por Garotinho mostram encontros do governador, seus secretários e empresários em junho e setembro de 2009. No primeiro caso, a assessoria de Cabral diz que se trata de viagem pessoal custeada por ele. No segundo, eles ocorreram em missão oficial a Paris.
A assessoria do governo estadual disse ainda que Cabral "não mistura relações pessoais com sua atuação pública".
"Se a viagem não foi oficial, quem pagou? Se foi o empreiteiro, o governador cometeu crime e tem de sofrer impeachment. Se não foi o empreiteiro, com que dinheiro o governador pagou? Só falta dizer que foi com dinheiro da primeira-dama, que é muito bem remunerada porque advoga para as concessionárias do Estado", disse Freixo.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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