Partido de Kassab projeta incorporação ao PSB em caso de derrota no Tribunal Superior Eleitoral, diz dirigente
Para o secretário-geral da sigla, Saulo Queiroz, fusão seria saída para "tentar sobreviver" sem TV e Fundo Partidário
Rodrigo Vizeu
SÃO PAULO - O PSD do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, admite o risco de sofrer uma debandada de políticos e projeta uma fusão com o PSB caso não consiga ampliar seu tempo de TV e seu acesso a recursos do Fundo Partidário.
O pedido começou a ser julgado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no mês passado. Dois ministros votaram a favor e um se opôs ao pleito do novo partido.
A sigla quer receber os benefícios na mesma proporção dos votos dados em 2010 à sua bancada atual na Câmara -na ocasião, os deputados integravam outras legendas.
Houve pedido de vista e o julgamento não tem prazo para ser retomado. Ainda faltam os votos de quatro ministros.
O secretário-geral do PSD, Saulo Queiroz, aposta na vitória no Justiça, mas defende a fusão em caso de revés.
"Se o partido não tiver tempo de TV, temos que nos reunir rapidamente. Não se pode descartar hipótese de fusão com o PSB. É um jeito de tentar sobreviver", afirma.
Queiroz lembra que a união com o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, estava na origem do PSD, mas não avançou. Segundo o dirigente, as duas siglas têm "parceria extremamente gratificante".
Cálculos
Se o TSE der vitória ao PSD, que tem hoje a quarta maior bancada da Câmara, a sigla receberá cerca de R$ 1,6 milhão por mês e terá bom espaço na propaganda eleitoral na TV, uma das principais moedas usadas na hora da negociação de alianças.
Se perder, ficará com R$ 18,5 mil mensais e tempo de TV de nanico.
Queiroz diz que a eventual derrota criará "enorme insegurança" aos filiados, que ficariam pouco competitivos nas eleições de 2014.
Um dos dois senadores do PSD, Sérgio Petecão (AC) disse que ficará "totalmente fragilizado" em seu plano de trocar apoio a um candidato a prefeito por aliança para disputar o governado do Estado em 2014. "Eu fico sem nada para oferecer", admitiu.
Por isso, Queiroz projeta uma fusão como arma contra a debandada. "Muita gente no partido defende isso."
O líder do PSD na Câmara, Guilherme Campos (SP), diz "não defender nem atacar" a ideia. Ele elogia o PSB, mas reclama que Queiroz estaria "agoniado" e afirma que quem se filiou à sigla sabia da chance de derrota no TSE.
Em caso de vitória, o partido quer lançar mais candidaturas próprias em capitais. Hoje, a única aposta séria é Cesar Souza Júnior, em Florianópolis. Com mais tempo e dinheiro, crescem as chances em Goiânia, Natal, Campo Grande e Cuiabá.
Outra expectativa é garantir mais vagas de vice, sobretudo em São Paulo, onde a sigla apoia José Serra (PSDB).
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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