BRASÍLIA - O senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), ex-presidente da República que deixou o cargo após impeachment em 1992, defendeu ontem a ação do Congresso do Paraguai que afastou Fernando Lugo do poder.
Collor disse que não houve "quebra da legalidade" nem "golpe de Estado", uma vez que a Constituição do país vizinho prevê o impeachment, mesmo com o curto prazo para a defesa.
Em discurso no Senado, Collor criticou a diplomacia brasileira ao afirmar que houve "açodamento" com a decisão de considerar o impeachment de Lugo uma "ruptura democrática", diante da rapidez da tramitação.
Brasiguaios
Representante dos brasiguaios na comitiva de parlamentares paraguaios que esteve ontem no Congresso brasileiro, o empresário José Sarabia afirmou que o possível afastamento do Paraguai do Mercosul vai causar danos à produção agrícola no país.
A comitiva busca apoio do Brasil para que o Paraguai seja mantido no Mercosul.
"Temos preocupação com as tarifas de importação, porque dependemos de produtos importados. Não sabemos como os bancos vão encarar isso", disse Sarabia, dono da empresa Agrofértil.
O empresário disse que os brasiguaios ocupam 75% da área plantada de soja, milho e trigo no Paraguai, que soma 5 milhões de hectares, ou 50.000 km² -o equivalente ao Estado do Rio. A produção responde por 60% da exportação paraguaia.
Segundo o empresário, o questionamento do processo de impeachment por outros países "coloca em dúvida todo o mercado".
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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