BRASÍLIA. A versão que o advogado Arnaldo Malheiros apresenta na véspera do julgamento é diferente da que o seu cliente sustentou em depoimento à Justiça. No dia 23 de janeiro de 2008, quando se sentou no banco dos réus para dar sua versão sobre o escândalo do mensalão, Delúbio Soares disse que a direção nacional do partido na época aprovou que fossem pagas dívidas de campanha. Mas teria sido dele a ideia de acertar com Marcos Valério os empréstimos que sustentaram o repasse de dinheiro para políticos aliados de seu partido.
Ouvido pela Justiça Federal de São Paulo a pedido do Supremo Tribunal Federal, o ex-tesoureiro petista afirmou que o dinheiro seria destinado não só para petistas, mas também a partidos aliados. No total, foram R$ 55 milhões em empréstimos contraídos por Marcos Valério.
Delúbio disse que a direção nacional chegou a registrar em ata que era preciso "encontrar uma solução para os problemas com os estados", numa referência a dívidas de campanha, segundo o petista. E aí Delúbio assumiu sozinho a responsabilidade pelos empréstimos via valerioduto.
Na época, a juíza Silvia Maria Rocha, da Justiça Federal em São Paulo, que interrogava o petista, pareceu desconfiar da versão apresentada pelo réu.
- O senhor tomou a decisão sozinho? - indagou a juíza.
- A decisão de procurar um empréstimo foi minha. Eu não fiz a dívida, a decisão de pagar as dívidas junto com as pessoas que deviam foi minha, junto com as pessoas, as pessoas que eram do PT. Eu sabia que ninguém estava botando recursos no bolso. As dívidas existiam, os credores existiam - alegou Delúbio.
FONTE: O GLOBO
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