quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Temer minimiza adesão do PMDB de Minas a Aécio

Raymundo Costa e Daniela Martins

BRASÍLIA - O vice-presidente da República, Michel Temer, minimizou ontem a manifestação do PMDB em Minas Gerais sobre aderir à candidatura do tucano Aécio Neves à Presidência da República em 2014. Ontem, pela manhã, Temer reuniu-se com representantes do PMDB mineiro e com o ministro petista Fernando Pimentel.

"O que eu senti é que o PMDB e o PT de lá estão muito bem ajustados", declarou após breve cerimônia na Câmara de filiação do ex-secretário de Transportes do município de São Paulo Alexandre de Moraes ao PMDB. Moraes deixou o DEM e foi prestigiado por deputados, senadores da sigla e por Temer, que é presidente licenciado do partido.

O vice-presidente afirmou que o PMDB deve começar a pensar na eleição de 2014. "Em termos nacionais, a avaliação é a melhor possível. Nós pensamos que, no quadro federal, a presidente [Dilma Rousseff] vai sair para a reeleição e lá em Minas Gerais os cenários estão se desenhando agora", apontou.

O vice-presidente destacou o fato de que Aécio Neves, em recente encontro do PSDB, não disse que aceitava ser candidato nas próximas eleições presidenciais.

Temer também afirmou que a presidente Dilma Rousseff ainda não falou sobre reforma ministerial. "Esse assunto deve ser pensado depois das eleições das mesas [diretoras] do Congresso", disse. O vice-presidente não comentou o tema, mas, na prática, o que ocorrer em Minas é uma forte pressão para que a seção local ganhe um ministério na Esplanada.

À época da negociação para as eleições municipais de Belo Horizonte, o PMDB de Minas pediu um ministério para retirar sua candidatura própria e apoiar o nome do PT, Patrus Ananias. À época, o ministro Fernando Pimentel prometeu espaço para os mineiros do PMDB no governo federal, mas não garantiu que esse "espaço" seja um ministério.

Na reunião de ontem no Palácio Jaburu a proposta foi ratificada, mas não se espera nenhuma decisão antes das eleições das Mesas do Congresso. Outro problema para o PMDB indicar um ministro é a ausência de um nome consistente tecnicamente e politicamente capaz de unir o partido. Os mineiros estão especialmente interessados no Ministério dos Transportes, uma área sensível devido aos escândalos recorrentes de corrupção.

O vice-presidente declarou ainda que trabalha para a unidade do partido em relação à disputa à presidência da Câmara. Ele disse que vai se reunir com a deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), que anunciou na semana passada que vai disputar o comando da Casa, mas ressaltou que a candidatura do líder do partido, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), está consolidada e tem o apoio de grande número de deputados pemedebistas.

Fonte: Valor Econômico

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