Raymundo Costa e Daniela Martins
BRASÍLIA - O vice-presidente da República,
Michel Temer, minimizou ontem a manifestação do PMDB em Minas Gerais sobre
aderir à candidatura do tucano Aécio Neves à Presidência da República em 2014.
Ontem, pela manhã, Temer reuniu-se com representantes do PMDB mineiro e com o
ministro petista Fernando Pimentel.
"O que eu senti é que o PMDB e o PT de
lá estão muito bem ajustados", declarou após breve cerimônia na Câmara de
filiação do ex-secretário de Transportes do município de São Paulo Alexandre de
Moraes ao PMDB. Moraes deixou o DEM e foi prestigiado por deputados, senadores
da sigla e por Temer, que é presidente licenciado do partido.
O vice-presidente afirmou que o PMDB deve
começar a pensar na eleição de 2014. "Em termos nacionais, a avaliação é a
melhor possível. Nós pensamos que, no quadro federal, a presidente [Dilma
Rousseff] vai sair para a reeleição e lá em Minas Gerais os cenários estão se
desenhando agora", apontou.
O vice-presidente destacou o fato de que
Aécio Neves, em recente encontro do PSDB, não disse que aceitava ser candidato
nas próximas eleições presidenciais.
Temer também afirmou que a presidente Dilma
Rousseff ainda não falou sobre reforma ministerial. "Esse assunto deve ser
pensado depois das eleições das mesas [diretoras] do Congresso", disse. O
vice-presidente não comentou o tema, mas, na prática, o que ocorrer em Minas é
uma forte pressão para que a seção local ganhe um ministério na Esplanada.
À época da negociação para as eleições
municipais de Belo Horizonte, o PMDB de Minas pediu um ministério para retirar
sua candidatura própria e apoiar o nome do PT, Patrus Ananias. À época, o
ministro Fernando Pimentel prometeu espaço para os mineiros do PMDB no governo
federal, mas não garantiu que esse "espaço" seja um ministério.
Na reunião de ontem no Palácio Jaburu a
proposta foi ratificada, mas não se espera nenhuma decisão antes das eleições
das Mesas do Congresso. Outro problema para o PMDB indicar um ministro é a
ausência de um nome consistente tecnicamente e politicamente capaz de unir o
partido. Os mineiros estão especialmente interessados no Ministério dos
Transportes, uma área sensível devido aos escândalos recorrentes de corrupção.
O vice-presidente declarou ainda que trabalha
para a unidade do partido em relação à disputa à presidência da Câmara. Ele
disse que vai se reunir com a deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), que anunciou
na semana passada que vai disputar o comando da Casa, mas ressaltou que a
candidatura do líder do partido, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), está
consolidada e tem o apoio de grande número de deputados pemedebistas.
Fonte: Valor Econômico
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