quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Ministros no Senado

Juliana Colares, Paulo de Tarso Lyra

Pressionado pela oposição, que recolhe assinaturas para a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito, o governo encaminhou ontem ao Senado os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, para explicar os detalhes da Operação Porto Seguro. Mais à vontade, Cardozo repetiu a mesma apresentação feita na véspera na Câmara, garantindo que não houve blindagem à ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo Rosemary Noronha. O PSDB garante, no entanto, que já tem 16 das 27 assinaturas necessárias para a criação de uma CPI no Senado. “Fazer uma nova comissão para acabar como a CPI do Cachoeira, que não consegue votar um relatório final?”, questionou o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM).

A temperatura política deve subir ainda mais na semana que vem, durante a audiência com o ex-diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Rubens Vieira, na Comissão de Infraestrutura do Senado. Indiciado quatro vezes por corrupção ativa e uma por formação de quadrilha, Rubens aceitou o convite dos senadores para dar a sua versão sobre o caso. Cardozo tentou minimizar a presença de Vieira, alegando que o governo não tem razões para temer o depoimento do ex-diretor da Anac. “O governo exonerou os indiciados. Eles continuam sendo investigados e, se for provada a culpa, serão punidos”, disse ele, após audiência na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Hoje, o presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, prestará esclarecimentos sobre a atuação de seu antecessor Paulo Vieira.

Luís Inácio Adams adotou a estratégia de isolar os atos do ex-advogado adjunto José Weber Holanda Alves, e minimizar a importância do indiciado nas ações da Advocacia-Geral da União. “Como todo adjunto, ele tinha uma função relevante. Mas de assessoria. Ele não participava dos atos deliberativos”, garantiu. O advogado-geral classificou os atos do ex-adjunto como “promíscuos”. E afirmou que, a partir de agora, qualquer nomeação que partir do gabinete terá que ser submetido à Corregedoria da AGU.

Fonte: Correio Braziliense

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