Nos
anos 80 e 90 do século passado houve grande reverência e quase endeusamento da
categoria dos metalúrgicos, e dentro dela com enorme destaque dos metalúrgicos
das montadoras de automóveis, tida como a vanguarda econômica do operariado
brasileiro. Daí deve-se uma parte importante da gênese e força do PT e de Lula,
o seu líder maior.
Acontece,
simplificadamente, que essa noção de vanguarda política progressista
corresponde ao entendimento de que isso é decorrente de um papel de pólo
dinâmico da economia, que aponta para a transformação, para o aumento da
produtividade, para o futuro, para a substituição de formas de gestão e poder
antigas por novos modelos e que tudo isso possibilitaria mudanças
significativas na equação do poder na sociedade.
E o
que se percebe hoje é que do pouco que havia de verdade nisso há algumas
décadas não há quase mais nada hoje. Pelo contrário, em termos sociais e de
perspectivas de futuro para a humanidade a indústria automobilística e a
indústria do petróleo a ela vinculada representam, perdendo apenas para a
indústria armamentista, um dos setores mais retrógrados para economia e para o
desenvolvimento sustentável. É direcionada para pouquíssimos consumidores, é
altamente prejudicial ao meio ambiente, não é mais geradora de novas
tecnologias, sobrecarrega a já esgotada infra-instrutora urbana das cidades e
metrópoles, não aponta para novas formas de gestão da produção, etc etc
Outro
setor econômico que também historicamente é caracterizado como trava para o
desenvolvimento, sem desconhecer sua enorme importância para o funcionamento do
sistema, é o setor financeiro e bancário, comumente acusado de sempre ganhar
sem produzir.
Quando
vemos a política econômica do governo federal na qual o esteio principal,
dizendo ser para tapar os buracos da crise, chamando-a de anticíclica e
repetindo-a indefinidamente, é a redução de encargos sobre a produção
automobilística para venda de carros a crédito dá para saber o que essa
política sustenta: montadoras e bancos. E, mais que no governo, salta aos olhos
na composição da direção do PT, a preponderância dos sindicalistas ligados ao
setores metalúrgico, petroleiro e bancário descontando-se, é óbvio, os ligados
ao serviço público.
Conservadores
e prudentes, não querem colocar em risco sua galinha dos ovos de ouro.
Urbano Patto é Arquiteto-Urbanista, Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional, Secretário do Partido Popular Socialista - PPS - de Taubaté e membro Conselho Fiscal do PPS do Estado de São Paulo. Comentários, sugestões e críticas para urbanopatto@hotmail.com
Urbano Patto é Arquiteto-Urbanista, Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional, Secretário do Partido Popular Socialista - PPS - de Taubaté e membro Conselho Fiscal do PPS do Estado de São Paulo. Comentários, sugestões e críticas para urbanopatto@hotmail.com
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