Por: Assessoria PPS
Camarada
Oscar Niemeyer
O Brasil acaba de perder Oscar Niemeyer.
Fui seu amigo e companheiro de lutas partidárias por muitos anos. E nunca me
cansei de admirar sua comovente dedicação às batalhas do povo brasileiro ao
longo de muitas décadas, dedicação esta que reputo tão importante para nós
quanto sua inventividade e genialidade. Alguém já disse: o homem Oscar é tão
grande quanto o artista Niemeyer. A bondade era uma das características da sua
rica personalidade.
Morreu o último grande nome do modernismo
no mundo, o homem que se aventurou como poucos, na trajetória da Humanidade,
pelos caminhos da beleza e da criação. Esta é uma hora de profunda tristeza
para todos nós, seus amigos, camaradas e familiares. O nosso querido Oscar foi
um símbolo daquilo que o ser humano tem de melhor. Ou seja, ele representou ou
materializou uma generosidade sem fronteiras e um compromisso inabalável com os
assuntos públicos. Ele amava sua gente e sua terra. Trabalhou até o fim,
incansavelmente, pelo bem estar do nosso povo.
Nosso amigo Oscar será sempre lembrado
como o genial construtor da Pampulha, com suas linhas suaves e sensuais. Será
recordado, sobretudo, como o criador artístico de Brasília, revelando uma
arquitetura que encantou o mundo. Nenhum construiu tanto quanto ele no decorrer
do século XX: foram centenas de obras extraordinárias espalhadas pelo Brasil e
pelo mundo, da França a Israel, da Venezuela à Argélia, passando ainda por Gana
e pela Inglaterra. Dir-se-ia que Oscar tinha o internacionalismo no sangue.
Sim, morreu um brasileiro extraordinário
- talvez o maior do seu tempo - e um cidadão do mundo. Preso durante a ditadura
militar, por sua militância no glorioso Partido Comunista Brasileiro, Oscar
nunca recuou diante do perigo e das ameaças, comportando-se, sempre, com
coragem e determinação exemplares. Devo dizer que ele foi um comunista como
poucos, apoiando o Partido nos momentos mais difíceis de sua história, sem
nunca vacilar.
Dele guardarei sempre na memória os
encontros que tivemos em seu histórico escritório no Posto Seis, em Copacabana,
com o mar diante dos nossos olhos, como a nos lembrar que a vida é eterna e
plena de beleza. Que a vida é sinônimo, enfim, de Oscar Niemeyer, meu - desde
já - saudoso amigo.
Em meu nome pessoal, e do Diretório Nacional
do PPS, transmito aos seus familiares nossas mais fraternas e sinceras
condolências pela irreparável perda, com votos de muita paz de espírito para
enfrentar uma ausência tão querida.
Brasília, 5 de dezembro de 2012
Deputado
Roberto Freire, presidente nacional do PPS
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