Yvna Sousa
BRASÍLIA - Em meio a uma agenda recheada de encontros com empresários de setores importantes da economia, a presidente Dilma Rousseff teve ontem uma audiência com o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas. A reunião da presidente com a central faz parte de uma estratégia para se aproximar do setor, por recomendação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Apesar disso, o presidente da CUT negou que o governo Dilma tenha se afastado dos movimentos sociais e dado mais atenção ao setor privado. "O acesso que nós temos é o mesmo. E hoje o que nós fizemos foi, na realidade, continuar o processo que nós estamos construindo de ter uma interlocução com esse governo nos últimos dez anos [governos Dilma e Lula]. Nós não tínhamos no governo anterior. Esse sim, o governo Fernando Henrique não tinha interlocução com os trabalhadores e muito pelo contrário, colocava os trabalhadores como inimigos do seu governo", declarou Freitas.
Na reunião no Palácio do Planalto, Freitas pediu que uma delegação sindical internacional tenha direito de fala na próxima reunião da cúpula do G20. O encontro ocorrerá nos dias 5 e 6 de setembro, em São Petersburgo.
Segundo Vagner Freitas, a presidente Dilma "se comprometeu a ser a interlocutora" do pedido da CUT por "concordar que esta crise não pode ser colocada como responsabilidade da classe trabalhadora". Ele explicou que a ideia é montar um grupo de representantes sindicais juntamente com a Confederação Sindical Internacional (CSI).
Freitas foi recebido pela presidente juntamente com outros representantes da cúpula da CUT. Os sindicalistas pediram uma audiência com a presidente no dia 6 de março, quando será realizada uma marcha, em Brasília, para chamar atenção para a pauta dos trabalhadores neste ano.
Entre os itens, estão a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, o fim do fator previdenciário e as reformas tributária e agrária, entre outros. De acordo com Vagner, Dilma teria se comprometido a recebê-los nesta data.
"Temos a pretensão de, em negociação com ela até o dia 1º de maio [ Dia do Trabalhador], que a gente tenha algumas conquistas da classe trabalhadora negociada com o governo", disse.
Fonte: Valor Econômico
Nenhum comentário:
Postar um comentário