"E assim concluiria minha homenagem ao companheiro e amigo. Com a esperança de que uma nova esquerda se torne essencial na era global. Afinal de contas, trata-se de redefinir os bens comuns e as linhas de evolução da sociedade diante de fatos grandiosos, cuja novidade consiste precisamente em colocar em questão muito mais do que os governos: a própria evolução da sociedade humana e seu destino (o efeito das biociências, os recursos naturais, a governança supranacional, o capital fixo social).
Trata-se, pois, de redefinir os princípios éticos com base nos quais estamos juntos e as novas responsabilidades com a comunidade. Se não for sobre estas bases, sobre quais outras pensamos em construir uma nova esquerda?
Sobre um acordo entre fragmentos de camada política? Lembremos que a obra-prima, verdadeiramente histórica, da velha esquerda consistiu em inventar uma dimensão inteiramente nova da política e da cidadania: a irrupção das massas no terreno do Estado, os partidos como poderes políticos relativamente autônomos diante do poder econômico. A velha esquerda fez, de fato, uma nova Constituição. Se não formos nós, quem pode fazer hoje algo desse tipo?"
Alfredo Reichlin foi membro da secretaria, da direção e do comitê central do PCI, além de responsável pelo Departamento Econômico e ministro do “governo sombra” daquele partido. Foi também presidente da Direção Nacional dos DS (Democráticos de Esquerda). Dirige a Fondazione Cespe – Centro Studi di Politica Economica, em Roma.. Na apresentação do livro ‘Por um novo Reformismo' de Giuseppe Vacca,, pág. 30. Fundação Astrojildo Pereira e Contraponto, 2009.
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