quarta-feira, 1 de maio de 2013

Aécio testa popularidade em festa da Força Sindical em SP

Eduardo Campos anuncia 100% dos royalties do petróleo para Educação

O palanque do primeiro de maio

SÃO PAULO e RECIFE - Pré-candidato do PSDB a presidente, o senador Aécio Neves terá hoje o seu primeiro teste de popularidade em um evento com grande público ao participar da festa do 1º de Maio que a Força Sindical e outras três centrais (UGT, Nova Central e CTB) realizam em São Paulo. É esperado um milhão de pessoas no evento na Zona Norte da cidade.

Aécio nem precisará dividir o palanque com outros prováveis adversários. "Convidado de honra", o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidenciável pelo PSB, preferiu uma agenda no interior de seu estado. Marina Silva, que tenta viabilizar o partido Rede para se candidatar, não comparecerá, apesar de a Força ainda ter mostrado, na noite de ontem, esperança de contar com ela.

Duramente criticada nos últimos tempos pelo presidente da central - o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT), o Paulinho da Força -, a presidente Dilma Rousseff optou por enviar dois ministros para representá-la. Em 2010, quando estava em campanha, ela foi saudada como "futura presidente do Brasil" na festa.

O evento da Força, que terá apresentações de duplas sertanejas como Zezé Di Camargo & Luciano, custará R$ 2,5 milhões. As estatais Caixa e Petrobras estão entre os patrocinadores e vão desembolsar R$ 300 mil e R$ 200 mil, respectivamente, para terem as suas marcas estampadas na festa. O tema central será a comemoração dos 70 anos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Haverá ainda o lançamento de campanha para que seja implantada uma espécie de gatilho em que os trabalhadores receberiam aumentos sempre que a inflação acumular 3%.

Dilma também optou por não ir à festa da CUT, central ligada ao PT, e mandar ministros. O evento ocorrerá no Centro de São Paulo e terá como tema desenvolvimento econômico e sustentabilidade. Não foi divulgado o valor da festa, que contará com as mesmas empresas estatais entre os patrocinadores. Petrobras e Caixa deram R$ 300 mil cada uma.

Na semana passada, o presidente da CUT, Vagner Freitas, acusou o governo federal de falta de diálogo e disse que no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia mais "sensibilidade" no tratamento com os trabalhadores.

Além da festa no Centro de São Paulo, a CUT também apoiará um evento em São Bernardo do Campo, organizado pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que terá como tema o que a central chama de democratização dos meios de comunicação. Essa festa custará R$ 850 mil e terá como atração principal Zeca Pagodinho.

Campos vai a assentamento

Eduardo Campos vai destinar o feriado de 1º de Maio para ir ao assentamento Normandia, coordenado pelo MST, em Caruaru, onde assina convênio para implantação de uma agroindústria e visita unidade de produção de milho forrageiro irrigado. De Caruaru, a 130 quilômetros da capital, segue para Pesqueira, também na região agreste, onde assina ordem de serviço para construção de barragem, na aldeia dos índios xucurus, e para dois projetos de irrigação de 70 hectares para produção de alimentos.

Apesar da situação ainda indefinida dos royalties do pré-sal, Campos antecipou-se e sancionou ontem lei que destina 100% dos royalties de petróleo recebidos pelo estado para as áreas de Educação, ciência e tecnologia.

A mensagem nesse sentido foi enviada à Assembleia Legislativa no início do ano e aprovada por unanimidade. Pernambuco tornou-se o primeiro estado a dar tal destinação ao dinheiro proveniente das empresas que exploram recursos naturais. Na prática, porém, a lei só começa a valer a partir do próximo ano, com o Orçamento de 2014.

Atualmente, Pernambuco recebe R$ 15 milhões anuais de royalties, mas o socialista espera que, com as mudanças na legislação, esse valor chegue a R$ 350 milhões. O governador havia se comprometido a tomar essa decisão em janeiro deste ano, em documento assinado durante a Bienal da UNE, em Pernambuco. Ele sancionou a lei em clima de campanha, para uma plateia de militantes de movimentos estudantis.

Campos voltou a criticar a judicialização do assunto.

- Eu sempre defendi entendimento em torno da questão dos royalties, preservando-se o direito dos estados que já recebem e fazendo uma maior distribuição com os recursos federais.

Fonte: O Globo

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