quarta-feira, 1 de maio de 2013

Desonerar folha eleva formalização, mas não gera vagas

Beneficiados trocam informalidade por vagas com CLT; geração de novos empregos, porém, ainda é pequena

Setores agora tributados por faturamento, e não por folha de pagamento, dizem estar à espera do aquecimento do mercado

Marianna Aragão, Ricardo Mioto

SÃO PAULO - Ouvidos pela Folha, setores que no ano passado foram beneficiados com a desoneração da folha de pagamento dizem que a medida tem permitido maior formalização do trabalho.

Na maior parte dos setores, porém, ainda não houve grande aumento na geração de empregos.

Empresas de áreas como TI, móveis, material elétrico e hotelaria foram beneficiadas a partir do começo de 2012. Elas deixaram de pagar 20% de contribuição previdenciária sobre a folha e passaram a recolher entre 1% e 2% sobre o faturamento.

O setor de tecnologia da informação, por gastar muito com recursos humanos, é exemplar da redução do trabalho informal.

As folhas de pagamento representam fatia grande dos custos --60% a 70%.

"Para reduzir custos, a grande maioria das empresas brasileiras de TI tem ou teve um percentual de informalidade muito grande. Com isso, adquiriram passivos trabalhistas, que todas estão tratando de eliminar", diz Antonio Gil, presidente da Brasscom (Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação).

Outros setores

Na hotelaria, segundo Rubens Régis, diretor do resort Costão do Santinho, a empresa passou a trabalhar com menos funcionários terceirizados. No fim do ano passado, a companhia "incorporou" 50 funcionários da área de recreação, então contratados por serviço, para sua folha de pagamentos.

José Fernandes Martins, da Fabus (Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus), diz que a desoneração permitiu a diminuição dos preços, tornando os ônibus nacionais mais competitivos, mas que, "em termos de emprego, a medida ainda não repercutiu. Isso deve ocorrer ao longo do ano, se o mercado reagir".

Fonte: Folha de S. Paulo

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