A Dilma, encurralada pelas manifestações de rua que a atingem em cheio e vivendo um momento muito ruim na condução da economia procura com a sua proposta de constituinte restrita, da qual já recuou, e agora com uma proposta de plebiscito que ninguém sabe sobre quê ou como, meramente demagógica e escapista, para dar a impressão de que está chamando o povo para decidir, busca afastar a discussão do que realmente interessa: um quadro econômico dramático e uma gestão medíocre que não consegue realizar nada do que anuncia. Incapaz de propor soluções consistentes para o país, se refugia, mostrando a sua fragilidade intelectual e política, nas sugestões de seus novos gurus - os mercadantes da vida, chamados pelo Lula de aloprados - que não tem competência para administrar suas áreas de atuação, nem autoridade moral e política para conduzir a Nação.
O quê o plebiscito pode perguntar? Sim ou não ao voto em lista? Sim ou não ao voto distrital? Sim ou não ao financiamento público de campanha? Afinal todas as matérias da legislação eleitoral não podem ser reduzidas a um sim ou não. São mais complexas e requerem, ao mesmo tempo, responder a diversas questões que só podem ser equacionadas em um projeto que tenha coerência entre seus diversos pontos. O plebiscito não se presta a esse tipo de decisão.
Aliás o grande drama que o país vive nos dias de hoje é justamente a falta de liderança política da presidente. Afinal chegou o momento em que se pode constatar que ela, de fato, não tem condições políticas para dirigir a Nação. Enquanto os ventos lhe beneficiavam, as coisas funcionaram, não bem mas, digamos, sem grandes contestações, a não ser da oposição. No momento em que o quadro político e econômico se deteriora ela não tem com quem contar: nem seu partido, nem seu padrinho, nem muito menos com suas alianças. Muito menos com as ruas. Nem, claro, com sua própria experiência e capacidade política, que não existem.
Dilma busca um pacto, uma palavra que só deve ser usada na transição de um regime para outro. No nosso caso o pacto já foi feito: a Constituição em vigor é um pacto de construção de uma sociedade democrática. Basta respeitá-la. E disputar o poder dentro das regras estabelecidas, com a oposição fazendo o seu papel.
Alberto Goldman, vice-presidente do PSDB
Fonte: Blog do Goldman
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