PSB Após ministro defender reeleição da presidente Dilma, os dois assinam, em Pesqueira, ordem de serviço da Adutora do Agreste
Débora Duque
Envoltos por rumores de que, em breve, poderão deixar de dividir o mesmo partido, o governador Eduardo Campos (PSB) e o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB), participam, hoje, de uma agenda pública conjunta no município de Pesqueira. A razão do encontro, que acontece uma semana após FBC ter defendido com ênfase o apoio da sigla à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), é a assinatura da ordem de serviço para a construção da primeira etapa da Adutora do Agreste, obra complementar à Transposição do São Francisco, que promete abastecer 88 cidades da região.
De um lado, Eduardo tentará grifar o "dedo" do Executivo estadual no projeto. Do outro, o ministro socialista reivindicará os investimentos majoritários do governo federal na obra, conforme reforçou ontem em conversa com o JC. De acordo com FBC, o ministério é responsável por "quase tudo" em termos de financiamento da obra. Aproximadamente R$ 1 bilhão do custo total de R$ 1,072 bilhão serão repassados pela União até 2015. A execução, no entanto, ficará a cargo da Compesa.
"Nós do Ministério da Integração temos acelerado os investimentos em obras que vão levar segurança hídrica para o Nordeste. O ano de 2013 será um ano farto do ponto de vista do ministério", frisou FBC.
Na véspera do encontro, Bezerra negou a tensão política com o governador e também seu descolamento do PSB.Porém, não deixou de repetir os sinais de "fidelidade" ao governo federal, comportamento que tem gerado incômodo na cúpula socialista e serviu para alimentar a versão, dentro do próprio partido, de que ele estaria selando seu processo de afastamento da sigla. "Não há nenhum tipo de dificuldade, nem isso (o afastamento) foi cogitado. O que temos procurado deixar claro é nossa leitura do cenário político de que seria melhor para o PSB manter a aliança (com o PT)", reforçou.
O ministro afirmou também que o partido ainda não definiu o rumo que tomará na eleição presidencial e que o debate precisa ser "aprofundado". "Não há consenso. Ainda tem muito chão pela frente", destacou.
Integrantes do PSB avaliam que por trás do discurso do ministro em favor da presidente Dilma está sua insatisfação com os rumos da articulação para a sucessão estadual. FBC teria notado que não consta na lista preferencial de Eduardo para concorrer ao governo, em 2014.
Ontem, o governador fez uma visita à fábrica contratada para construir a tubulação da Adutora, no Rio de Janeiro (leia em Economia). Ele foi acompanhado por uma extensa comitiva, formada por secretários estaduais, as deputadas Raquel Lira (PSB) e Luciana Santos (PCdoB) , além de prefeitos de cidades beneficiadas pela obra, como João Mendonça (Belo Jardim), Evandro Chacon (Pesqueira) e José Queiroz (Caruaru).
Fonte:Jornal do Commercio
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