segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Marina culpa TSE e reúne comissão provisória

Por Edna Simão

Marina: "Não deve ser imputado a nós essa dificuldade de viabilizar o Rede"

BRASÍLIA - Após reunião da comissão nacional provisória da Rede Sustentabilidade, a ex-ministra Marina Silva afirmou que considera terem sido cumpridos todos os aspectos legais e as quantidades de assinaturas exigidas para a criação da nova sigla partidária. "Temos plena certeza que atendemos os requisitos legais", disse Marina. Ela nega "plano B" e comissão provisória já discute critérios de filiação.

Segundo ela, "falta estrutura" no Tribunal Superior Eleitoral e nos cartórios, mas o novo partido não pode ser punido por isso. "Compreendemos que há falta de estrutura no TSE e obviamente que os cartórios têm essas dificuldades de falta de estrutura, mas não deve ser imputado a nossa essa dificuldade de viabilizar dentro dos prazos as respostas", comentou.

Na sexta-feira, a Procuradoria-Geral Eleitoral divulgou que a sigla da ex-ministra "ainda não demonstrou o caráter nacional" e solicitou que fossem juntadas ao processo novas assinaturas de apoio. Dos documentos encaminhados à Procuradoria, constam 304.099 fichas de apoio validadas por cartórios. A exigência é de no mínimo cerca de 492 mil.

Segundo a ex-ministra, esse relatório não é negativo para a criação da sigla e que, nesta avaliação, foi considerada apenas a quantidade enviada inicialmente, mas ainda tem cerca de 80 mil assinaturas nos cartórios. "A Rede de Sustentabilidade entende que cumprimos o prazo tanto no aspecto legal quanto nas quantidades exigidas por lei", frisou Marina.

Marina tem confiança de que haverá "julgamento justo" para que o novo partido seja criado. Ela ressaltou que mais de duas mil pessoas estão pré-filiadas. Por isso, no sábado e no domingo, a comissão nacional provisória reuniu-se para discutir alguns critérios para filiação enquanto não há aprovação do novo partido pelo TSE.

Duas resoluções foram aprovadas nas reuniões. Uma definiu critério para a filiação. Sem dar muitos detalhes, a ex-ministra explicou que serão levados em conta para a filiação "critérios programáticos e não pragmáticos".

A ex-ministra destacou que está confiante na aprovação da nova sigla e que não trabalha com um "plano B". Segundo ela, para responder esse tipo de questionamento, está utilizando uma metáfora, dizendo que uma noiva não vai para o altar pensando em plano B caso seu companheiro tenha, por exemplo, um infarto. "Isso não existe. Temos um plano A e estamos confiantes na legitimidade e integridade do trabalho que fizemos", frisou. Para ela, o Rede é uma das poucas, se não única sigla, que tem "torcida" para ser criada.

Marina ressaltou ainda que há possibilidade de o futuro partido, se aprovado, ter candidato aos governos dos Estados e a deputado nas próximas eleições. Sobre coligações partidárias, disse que isso vai depender do programa de governo defendido por potenciais aliados. "Temos a orientação geral de que a questão programática tem que ser observada". A ex-ministra também foi questionada sobre se é candidata à Presidência e disse apenas "é uma possibilidade". "Não somos favoráveis à antecipação açodada da disputa", acrescentou. Sobre recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) em caso de a criação do partido não for aprovada, Marina disse que não pode fazer pré-julgamento.

Fonte: Valor Econômico

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