Márcio Falcão
BRASÍLIA - Cinco meses após as manifestações de rua, a aprovação do governo Dilma Rousseff atingiu 39% dos entrevistados e o desempenho pessoal da presidente chegou a 58,8%, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira (7) pela CNT (Confederação Nacional do Transporte).
Na rodada passada, divulgada em setembro, a aprovação do governo era de 38,1% e a avaliação pessoal do desempenho de Dilma era de 58%. O levantamento foi feito entre os dias 31 de outubro a 4 de novembro. Foram ouvidas 2.005 pessoas, em 21 Estados. A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais.
Segundo a pesquisa, 8% dos entrevistados consideram o governo da petista "ótimo", enquanto 31% o avaliam como "bom". A avaliação positiva considera aqueles que acharam o governo "ótimo" ou bom". A avaliação do governo como "regular" foi de 37,7% e a avaliação negativa soma 22,7%, sendo "ruim" para 10,8% e péssima para 11,9%. Dos entrevistados, 0,6% não sabem ou não responderam.
Segundo a avaliação da pesquisa, "a recuperação na avaliação do governo e a aprovação pessoal foram puxadas pelo aumento da exposição, mais ações de marketing, pelo Programa Mais Médicos e controle da inflação".
A Folha mostrou que a presidente vem intensificando suas viagens e também o anúncio de recursos em uma série de solenidades pelo país. A mudança de estratégia é recente. Se até meados de agosto Dilma mantinha um ritmo lento de anúncio de verbas, no último bimestre a presidente ampliou o número de eventos.
De janeiro até agora, o Planalto organizou pelo menos 23 eventos para liberação de recursos. Somente no mês passado, Dilma promoveu seis solenidades --recorde no ano e número superior até ao de junho, mês das manifestações e do anúncio do tradicional Plano Safra federal.
No último bimestre, Dilma anunciou ao todo R$ 34,5 bilhões, sobretudo, para as obras de mobilidade urbana. No bimestre anterior, foram R$ 18,7 bilhões, concentrados em apenas quatro eventos.
Economia
Dos mais de 2.000 entrevistados do instituto MDA, 53,7% se mostrou "muito preocupado" com a inflação, contra 29,1% pouco preocupado, 15,5% não está preocupado e 1,6% não soube responder. A perda de emprego também é apontada com muito preocupante para 59,6% dos entrevistados. A violência preocupa muito para 91,5% dos pesquisados.
Entre os setores que mais precisam de melhorias, o primeiro é saúde, citado por 87,4% dos entrevistados, e em seguida educação (49,7%) e segurança (34,3%).
O programa Mais Médicos que leva médicos brasileiros e estrangeiros para áreas carentes do país é aprovado por 84,3% dos candidatos. Essa é uma das principais bandeiras eleitorais da presidente. Para 66,8%, os médicos estrangeiros estão capacitados para atuar na atenção da saúde básica. Apesar do apoio, 46% diz que o programa está cumprindo apenas parte do objetivo.
Entre as reformas necessárias ao país, 53,8% citaram a reforma política como a mais importante.
"Black blocks"
A ampla maioria dos entrevistados (81,7%) defende o direito às manifestações de rua, mas 93,4% não apoia a ação dos chamados "black blocks" nos últimos protestos de rua no Rio de Janeiro e São Paulo. Para 91,5% avaliam que a maneira de manifestação dos mascarados não é legítima.
Fonte: Folha de S. Paulo
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