sábado, 28 de dezembro de 2013

Estagnação e expectativas. Dilma Roussef, quem diria, acabou no FED - Alberto Goldman

Os medíocres resultados obtidos em 2013 e a perspectiva ainda pior para 2014 confirmam que estamos no fim de um ciclo político que começou com enormes esperanças e qndoue vai chegando ao seu final em um processo inexorável de estagnação e de problemas.

Com os cálculos de crescimento de 2,3% na atividade econômica neste ano e com as previsões de crescimento ainda menor em 2014, com a inflação rondando os 6% de aumento e os juros em elevação, com a desaceleração prevista dos investimentos produtivos, com uma avaliação de que os índices de desemprego voltarão a crescer e com um cenário em que o consumo se manterá em processo de acomodação, o pessimismo toma conta de pessoas e instituições que se dedicam a analisar o quadro econômico futuro. Se não bastasse isso temos um pequeno superávit primário nas contas públicas, o que não nos permite pagar os juros da dívida na medida do necessário e vemos as contas do comércio exterior se deteriorando, exportações caindo e importações crescendo.

Tudo isso pode ainda piorar se a ameaça de rebaixamento da nota da dívida soberana brasileira se concretizar. E – cruel ironia– o petismo tanto bateu no FMI, entidade internacional da qual nós participamos, que só emprestava se fossem seguidas das suas receitas e Dilma ( e o Lula nem se fala ) tanto se gabou de que não tinha mais necessidade dele e agora depende das decisões do Federal Reserve, o Fed, que é o Banco Central dos Estados Unidos, que podem provocar um desastre para nós, o que os economistas estão chamando de “ tempestade perfeita”.

Dilma Roussef, quem diria, acabou no FED.
Nem Copa do Mundo, nem a proximidade das eleições que sempre, motivam – como vem motivando – os governos, vão mudar a direção do vetor crescimento ( negativo ). Pior ainda se o STF resolver dar razão aos poupadores que foram“garfados” em sucessivos planos econômicos e se o Congresso Nacional resolver mudar – o que devia ter feito há muitos anos – o índice de correção das dívidas dos Estados e Municípios.

Lula viveu anos de bonança em função das reformas que foram realizadas nos anos 90 e início de 2000, além do quadro internacional benfazejo, quando a demanda das famílias permitiu uma enorme ampliação do consumo que prosseguiu durante o seu governo que deu continuidade – e ampliou – os benefícios sociais. O governo do PT surfou nessa onda até onde pôde, sem realizar mais nenhuma reforma de profundidade. O efeito das reformas se esgotou e Lula, agora Dilma, nesse seu período de governo, nada apresentou, a não ser a tardia corrida pela concessão de serviços ao setor privado que está, agora, desconfiado, paralisado, aguardando o quadro internacional e mesmo os novos e futuros dirigentes do país.

Esse quadro tende a permanecer em 2015. Mesmo com novo governo, e mudanças de política econômica e da condução política do país, teremos dificuldades em superar essa herança, maldita, infelizmente. Levará tempo mas há que ser feito, por novos dirigentes. Esses que estão aí já não tem nenhuma condição para fazê-lo.

Contudo, vamos torcer para um feliz 2014. Para todos vocês e suas famílias.

Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB

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