Documento apreendido pela PF aponta que ex-diretor da estatal recebia 'comissões' de até 50% dos contratos entre a companhia e a estatal petrolífera
Eduardo Bresciani - O Estado de S. Paulo
A comissão externa da Petrobrás na Câmara aprovou um requerimento para que o Tribunal de Contas da União fiscalize contratos realizados entre a Astromarítima e a Petrobrás. O nome da empresa aparece em uma planilha encontrada na casa de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal que está preso desde o mês passado, ao lado de anotações que a Polícia Federal suspeita serem comissões a receber. Além do pedido de fiscalização, foi aprovado também convite para que Renato Cabral, CEO da companhia preste depoimento.
"A Astromarítima diz que era uma comissão por um investimento que seria feito, mas uma comissão de 50% não é normal. Tem alguma coisa por trás", afirmou o líder do SDD, Fernando Francischini (PR).
A comissão externa tem como foco a investigação de suposto pagamento de propina a funcionários da Petrobrás pela empresa holandesa SBM Offshore.
A justificativa para incluir a Astromarítima é de que a empresa atua na mesma área que a holandesa, o fretamento de embarcações. Foi aprovado ainda um pedido ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para que informe se foram registradas movimentações atípicas de Júlio Faerman e suas empresas. Segundo a SBM, ele recebeu recursos para atuar pela empresa no Brasil.
Os deputados do colegiado visitarão nesta terça-feira, 22, a Controladoria Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU) para reiterar o pedido de acessos a investigações dos órgãos sobre o caso da SBM. Aguardam ainda resposta do juiz Sérgio Moro se terão autorização para tomar o depoimento de Paulo Roberto na prisão. Não há ainda previsão de quando os parlamentares irão a Holanda em busca de informações do Ministério Público daquele país, objetivo principal da comissão.
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