PT aposta nas políticas públicas e em Lula; PSDB amplia alianças, e PSB vai explorar Marina
- O Globo
BRASÍLIA - Embora o apoio explícito de governadores seja o desejo dos principais candidatos, PT, PSDB e PSB já elaboraram estratégias diferentes para os locais onde não terão ao seu lado o poder local. A presidente Dilma Rousseff terá a seu lado a força e a capilaridade da máquina federal, mas não só ela. Na avaliação de petistas, a presidente conta com quatro grandes pilares: a força das políticas públicas de seu governo, a estrutura capilarizada do próprio PT, a influência dos movimentos sociais e a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao seu lado.
— O PT é maior partido do país, tem o maior número de deputados federais e uma estrutura partidária que dá sustentação à campanha da Dilma. Além disso, há as centrais sindicais, as organizações de trabalhadores e a força do Lula — afirma o deputado Márcio Macêdo (PT-SE).
Aécio Neves, por sua vez, focou os últimos meses na construção de alianças com as principais forças políticas de oposição ao PT nos grandes estados. Assim, garantiu na Bahia o apoio de Paulo Souto (DEM), candidato ao governo, e de Geddel Vieira Lima (PMDB), que disputará o Senado, adversários do governador Jaques Wagner (PT); e encaminhou a aliança com a senadora Ana Amélia (PP), que deve disputar o governo gaúcho com o governador Tarso Genro (PT). Além disso, os tucanos apostam em rachar vários diretórios estaduais do PMDB, como fizeram no Rio, e estão esperançosos com o fato de prefeitos de capitais de estados pró-Dilma em 2010 estarem agora ao seu lado, como ACM Neto, em Salvador, e Arthur Virgílio, em Manaus.
— Essa perda de apoio da presidente é maior do que se imagina, porque ele é acrescido dessa mudança na correlação de forças de muitos estados. Com ACM Neto nós vamos comer um pedaço do eleitorado que era do Jaques Wagner; com Ana Amélia, comemos parte do Tarso, e assim por diante — avalia o vice-presidente do PSDB, Bruno Araújo (PE).
Já o grupo de Eduardo Campos aposta em duas frentes: dividir o palanque com o PSDB em alguns estados-chave, como Paraná e Minas Gerais, e apostar na força da senadora Marina Silva. A divisão de palanques locais com os tucanos era um dos princípios da campanha de Campos, mas acabou enfraquecida pela aliança com a Rede, grupo político de Marina. No maior colégio eleitoral do país, São Paulo, a tendência era Campos dividir o palanque com o governador Geraldo Alckmin, mas o plano foi mudado por exigência dos marineiros. Com isso, o objetivo agora é explorar a popularidade de Marina nos grandes centros urbanos para reverter a falta de estrutura.
— A tendência é que a gente fique com palanque comum só com o PSDB. Em alguns desses estados, a tendência é ser pró-Aécio, como em Minas; e em outros, pró-Eduardo, como em Pernambuco. Se você fizer a soma dos palanques pró-Eduardo com os pró-Aécio, a tendência é que ganhem da Dilma. Onde isso não for possível, entra o fenômeno Marina, com o peso e o capital político que ela construiu — diz o deputado Júlio Delgado, um dos coordenadores da campanha de Campos.
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