Sindicato critica rapidez na decisão do instituto de parar divulgação
BRASÍLIA e RIO - Para o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), está claro que o governo quis frear a produção da Pnad Contínua, que vem apontando resultados que podem prejudicar a situação nas eleições. Por isso, afirmou ele, os senadores Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Armando Monteiro (PTB-PE) assinaram requerimento para revisar dados e inviabilizar a divulgação da pesquisa:
— É o jogo do vale-tudo para as eleições. O Gilberto Carvalho (ministro da Secretaria-Geral da Presidência) não disse que ia fazer o diabo para se manter no poder? É isso. Inclusive colocar o pé na garganta do IBGE.
Procurado pelo GLOBO ontem, o senador Armando Monteiro disse que não poderia falar e pediu para ser contatado uma hora depois. Na nova tentativa, o celular estava desligado.
Ana Carla Magni, diretora da Assibge, que reúne funcionários do instituto, criticou a rapidez com que a decisão de parar a pesquisa foi tomada:
— O corpo técnico está com um sentimento ruim. É uma pressa incompreensível.
A falta de respaldo técnico na decisão de interromper a pesquisa foi criticada por especialistas em estatística.
— O Senado não deve entrar na questão técnica. Para legislar sobre questões técnicas tem de ter uma base boa. Não sei o que está por trás. Tendo a achar que é incompetência de quem pediu — afirmou um especialista, que não quis se identificar.
Outro, que também pediu anonimato, criticou:
— Questionamentos sempre houve, sobretudo, com estatísticas que vão distribuir os recursos dos municípios. Outro cenário é alguém de Brasília dizer que não concorda e mudar, ainda não sabemos o que houve.
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