Enquanto o ex-governador estará em Brasília para a confirmação de Marina Silva como vice na chapa do PSB, a presidente segue até Pernambuco, onde participará do batismo e da viagem inaugural de um navio
Denise Rothenburg, Júlia Schiaffarino – Correio Braziliense
A presidente Dilma Rousseff, em Pernambuco. O ex-governador do estado Eduardo Campos, em Brasília. A troca de cenários para esta tarde entre dois pré-candidatos à eleição presidencial não se trata de mera coincidência. A ideia da presidente Dilma com essa viagem, justamente no dia em que Marina Silva se apresentará oficialmente como vice na chapa do PSB — é dar a entender ao eleitor pernambucano que, enquanto ela trabalha pela população, Eduardo e Marina apenas fazem política na cidade sede dessa atividade, a capital da República.
Eduardo e Marina estarão mesmo dedicados à política, nos próximos meses, em atos, palestras e fechamento de um programa de governo para apresentar ao país daqui a um mês e meio. A ideia, antes da largada oficial da campanha, em julho, é mostrar a união de ambos ao eleitor e, assim, tentar transferir para Eduardo uma maioria dos eleitores que, em 2010, optaram por Marina. A tese do PSB é a de que essa transferência ainda não ocorreu porque os eleitores não conhecem o ex-governador de Pernambuco. E ninguém vota em quem não sabe quem é. Daí, a necessidade não só de desfilar o pré-candidato pelo Brasil como mostrar que Marina está com ele.
Na sala de conferências do Hotel Nacional, estarão reunidos pelo menos mil militantes do PSB e da Rede. A ideia de fazer nos arredores de Brasília foi abortada exatamente para evitar acusações de afronta à lei eleitoral, que impede a realização de atos de campanha antes das convenções partidárias de escolha dos candidatos, que só podem ser feitas a partir de 10 de junho. A abertura será às 14h, com uma apresentação do pianista Arthur Moreira Lima.
Marina chegou a Brasília no sábado, enquanto Eduardo só desembarcou ontem. Para a reunião de hoje, Marina falará primeiro que o candidato. Dirá que aceita compor a chapa presidencial com o ex-governador. Aliás, se dependesse exclusivamente de Marina, ela teria dito isso em outubro, quando, no mesmo Hotel Nacional, anunciou que escolhera o PSB para abrigar a Rede até que a Justiça Eleitoral autorizasse a criação da legenda. Ela tentou formalizar o partido antes do prazo fatal para as candidaturas das eleições deste ano, mas a burocracia em torno da conferência das assinaturas impediu a formalização da Rede. Então, Marina procurou o PSB.
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