- Folha de S. Paulo
Ao longo de seu mandato, a presidente Dilma mostrou-se mestre em colecionar, com seu estilo polêmico de governar, qualificações nada abonadoras.
Foi chamada, por inimigos e até por aliados, de intervencionista, beligerante, dona da verdade, inábil politicamente, gerente nem tão boa assim como venderam e por aí vai.
Agora, como num passe de mágica, uma nova faceta presidencial começa a surgir. Foi o que descobriram 36 empresários que se reuniram com ela na semana passada. Todos saíram "muito bem impressionados" com a nova Dilma.
Um deles assim definiu o encontro: "Entramos pessimistas pelo histórico de nossas reuniões e saímos otimistas. Era outra presidente. Atenciosa, prometendo estudar com muito carinho nossas demandas. São os milagres da eleição".
Outro, acostumado com o estilo carrancudo da presidente, revelou estar surpreso com a transformação dilmista: "Ela estava mais interessada em nos ouvir do que ficar falando e falando, como sempre costumava fazer. Estou bobo".
O novo estilo presidencial, apesar de bem-vindo por quase todos que andam frequentando os palácios da capital nos últimos dias, chega um pouquinho tarde.
A confiança dos empresários e dos consumidores na economia anda roçando o chão. Resultado: investimento devagar, quase parando, e consumo em ritmo bem lento, o que vai dar em crescimento fraco no ano eleitoral.
Sem falar que súbitas transformações costumam deixar interlocutores ressabiados. Afinal, promessas em tempos de eleição costumam virar fumaça depois. É preciso mais ação e menos encenação.
Do lado de sua equipe, a mudança da petista é festejada. A chefe precisa recuperar o apoio de parte do empresariado perdido para seus adversários. Aí, antes tarde do que nunca. Sem falar que o clima no Planalto fica mais agradável.
Nenhum comentário:
Postar um comentário