- Correio Braziliense
O saldo da CNA
No público de agropecuaristas, o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, foi aplaudido de pé, despontando como o grande desaguadouro dos votos do agronegócio. Mas o terceiro colocado nas pesquisas, Eduardo Campos, do PSB, não teve do que reclamar. Em 2010, a então candidata do PV, Marina Silva, recusou o convite para participar da sabatina na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Ontem, entretanto, como candidata a vice na chapa de Eduardo, Marina terminou considerada menos "perigosa" aos olhos dos ruralistas.
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Nesse sentido, Eduardo, que havia perdido tudo no setor agropecuário ao se aliar à ex-ministra do Meio Ambiente, recuperou algum terreno ao surpreender s empresários com um discurso seguro e pautado pelo equilíbrio entre sustentabilidade e produção. Na avaliação de muitos, Eduardo, ontem, vestiu realmente a roupa de candidato, deixando à vice o segundo plano,
que, aliás, é inerente ao cargo.
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Nos bastidores, entretanto, Marina tentou evitar esse papel. A assessoria dela pediu insistentemente para que ficasse no palco com o candidato. Nada feito. Todos os vices, inclusive o vice-presidente da República, Michel Temer, ficaram na plateia. O mesmo se deu na coletiva, em que os candidatos falaram e pé, e os vices ficaram sentados à mesa.
Trabalho, o alvo I
Tanto na Confederação Nacional da Indústria (CNI), quanto na CNA ontem, ficou explícita para muitos a pressão que os empresários de todo o país farão no sentido de despolitizar o Ministério do Trabalho. Nada de mexer nas cláusulas pétreas, como 13° salário, abono de férias, licença maternidade, horas extras. Mas acabar com as tais instruções normativas, que tanto tiram o sono dos industriais e dos empresários.
Trabalho, o alvo II
Os empresários querem flexibilizar, por exemplo, a proibição do trabalho no campo aos domingos em casos especiais. Em tempo de colheita, por exemplo, se chove forte numa sexta-feira e no sábado, abrindo aquele sol maravilhoso para colher no domingo, o fazendeiro não pode trocar a folga dos trabalhadores. É algo que, na avaliação dos ruralistas, pode ser revisto dentro do bom senso. O difícil será fazer o governo topar essa mudança.
As agruras de Moreira
O PMDB do Rio está mesmo interessado em rifar o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Wellington Moreira Franco. Na noite de terça-feira, na Câmara, o deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) passou quase uma hora na tribuna com um pesado discurso contra ministro. Tudo combinado com o líder da bancada, Eduardo Cunha.
Azevedo, o cara I/ O secretário executivo da Secretaria de Relações Institucionais, Luiz Azevedo, foi personagem de outra crise no governo. Em 2011, quando do caso que derrubou Antonio Palocci da Casa Civil, Azevedo foi acusado de ter enviado por engano, a todas as assessorias parlamentares da Esplanada, um texto em que Palocci justificava os rendimentos de consultor porque um ex-ministro da Fazenda, ou um ex-presidente do BNDES ou do Banco Central, ficava altamente valorizado no mercado. A mensagem citava textualmente Pedro Malan e Maílson da Nóbrega, entre outros. Daí para uma pecha de aloprado é meio passo.
Azevedo, o cara II/ No Planalto, Azevedo é visto ainda como aquele que pediu a lista de todos os funcionários da SRI para afastar aqueles que não eram petistas de carteirinha.
Nossos comerciais, por favor/ Dilma enfrentou uma corrida de obstáculos até chegar ao palco da CNA ontem, no início da tarde. O candidato a governador do Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB), esperou a presidente na saída do carro para tirar as fotos do material de campanha ao lado dela e de Kátia Abreu.
Nossos assuntos, por favor/ Para completar, o empresário Rubens Ometto (foto), da Cosan, um dos maiores produtores de etanol do mundo (que simpatiza com a candidatura de Eduardo Campos), quis aproveitar a chegada de Dilma para uma conversa reservada respeito do setor sucroalcooleiro, hoje um dos pontos cegos da residente junto do agronegócio.
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