- O Estado de S. Paulo
A queda lenta mas constante das intenções de voto em Marina Silva (PSB) evoca o fantasma da eleição para prefeito de São Paulo em 2012. Com pouco tempo de TV e estrutura de campanha frágil, Celso Russomanno (PRB) chegou a liderar a corrida municipal. No auge, abriu 17 pontos de vantagem sobre o segundo colocado, a duas semanas da eleição. Desabou e terminou em terceiro lugar, sete pontos atrás do segundo colocado.
A dez dias da eleição, a vantagem de Russomanno sobre o candidato do PSDB era de 8 pontos porcentuais. Agora, também a dez dias da eleição, a vantagem de Marina sobre o candidato do PSDB, Aécio Neves, é de 9 pontos, segundo o Datafolha. Há diferenças importantes entre as trajetórias dos dois, porém.
A velocidade da queda de Russomanno foi duas vezes mais rápida do que está sendo a de Marina. Nas duas últimas semanas de campanha ele perdeu praticamente 1 ponto por dia, em média. Nos últimos 17 dias, Marina perdeu pouco menos de meio ponto por dia, em média. Na eleição paulistana, três candidatos disputavam duas vagas no segundo turno. Agora, Marina e Aécio disputam quem vai ser o adversário de Dilma Rousseff (PT).
Isso faz diferença porque o embate entre os dois candidatos aspirantes à segunda vaga pode ajudar o líder. Se Marina sobreviver à queda e passar de turno, terá primeiro que reverter sua queda para só então começar a conquistar os eleitores de Aécio. Na simulação de segundo turno do Ibope divulgada terça-feira, Marina só convertia metade do eleitorado tucano. Isso é insuficiente para ela vencer Dilma no confronto mano-a-mano.
Os 13 pontos que a presidente abriu no Datafolha equivalem a cerca de 15 milhões de votos. Para recuperar uma desvantagem desse tamanho, Marina precisaria converter 3 de cada 4 eleitores de Aécio. Por isso Dilma aparece à frente de Marina na simulação de segundo turno do Datafolha, com 47% a 43%. A chance de empate técnico com uma diferença de 4 pontos tende a zero.
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