• Candidato do PSDB também recebe apoio de Levy Fidelix; tucano compara marqueteiro do PT a Goebbels
Lino Rodrigues – O Globo
SÃO PAULO - O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, vai se encontrar hoje com Marina Silva (PSB) em São Paulo. Será o primeira aparição pública dos dois, depois que a ex-senadora anunciou apoio ao tucano no segundo turno. O ato acontecerá no Espaço do Bosque, no bairro da Lapa, zona oeste da capital paulista, local em que Marina fez alguns dos principais eventos de sua campanha. A equipe de Aécio filmará o encontro para exibir imagens no horário eleitoral gratuito. Além dos dois presidenciáveis, também devem participar simpatizantes e aliados dos dois lados. De acordo com Walter Feldman, que coordenou a campanha de Marina, a ex-senadora admite realizar outros eventos com o candidato do PSDB. Inicialmente, Marina estava decidida a participar de apenas um ato com Aécio no segundo turno.
Marina anunciou apoio ao tucano no segundo turno no último domingo depois de Aécio divulgar uma carta de compromissos com pontos do programa de governo da candidata do PSB.
Bloco de 10 partidos formaliza apoio
O candidato derrotado à Presidência Levy Fidelix (PRTB) também anunciou seu apoio a Aécio Neves (PSDB) no segundo turno. Levy ficou em sétimo lugar na corrida presidencial, com 0,43% dos votos (446.878 votos). Durante a campanha, Fidelix fez declarações consideradas homofóbicas em debates na televisão e é alvo de uma ação civil pública da Defensoria Pública de São Paulo.
Na quarta-feira, o candidato do PRTB já participou de um evento organizado pelo PSDB para prefeitos tucanos e partidos que formalizaram apoio a Aécio. Segundo nota do PRTB, um bloco composto por dez partidos formalizará o apoio a Aécio no próximo domingo, durante um evento no Centro de Tradições Nordestinas, na capital paulista. Além do PRTB, participarão PHS, PSL, PTdoB, PRP, PTN, PEN, PMN, PTC e PSDC, do candidato Eymael, que também concorreu à Presidência na primeira etapa do pleito.
Ontem, em São Paulo, Aécio comparou a tática adotada pela campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) às usadas pelo regime nazista para atacar adversários. O tucano chegou a comparar o marqueteiro João Santana ao ministro da propaganda do regime comandado por Adolf Hitler, Joseph Goebbels.
- A presidente pode fazer todo esforço que quiser. Ela pode seguir seu marqueteiro, que na verdade me parece discípulo de Goebbels, o ministro da informação de Hitler, que dizia que uma mentira repetida mil vezes se transforma numa verdade. Mas eu não vou deixar que isso aconteça. Meu governo em Minas foi honrado do começo ao fim - disse Aécio, no estúdio da campanha.
Ele insistiu que é preciso "combater a mentira":
- Eu nunca achei que seria uma eleição fácil. Talvez meus adversários achassem. Precisamos disputar combatendo a mentira. Essa é a eleição mais vergonhosa da história da democracia brasileira. Nossa adversária perdeu totalmente a condição de debater os temas que interessam aos brasileiros. Porque a campanha dela é uma fraude permanente. (Ela usa) Inverdades em relação a dados numa tentativa criminosa de desconstrução dos adversários. Tentou fazer com Eduardo (Campos), fez com Marina (Silva). Mas comigo não. A reação será na mesma altura.
Defesa de gestão em Minas
O tucano rebateu ainda as acusações da presidente Dilma que, desde o início do segundo turno das eleições, vem atacando sua gestão em Minas Gerais, como a não aplicação de recursos:
- Distorcer os números de Minas Gerais é um desrespeito aos mineiros - afirmou o senador, que voltou a se defender das acusações de não ter aplicado todos os recursos determinados por lei na área da Saúde.
O senador manteve o otimismo ao comentar as pesquisas de intenção de voto, mas, quando perguntado, não respondeu sobre o aumento da sua rejeição. Disse que está feliz com os resultados da última pesquisa, que mostram empate técnico com a candidata do PT, ressaltando que embora os últimos levantamentos não tenham acertado muito, mostram que sua candidatura vem crescendo mais que a da adversária.
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