- Folha de S. Paulo
Enquanto Brasília prende a respiração com a Operação Lava Jato e o Planalto tenta oficializar o "reboot" da política econômica até quinta (27), um personagem prepara a volta ao centro do palco.
Trata-se de Gilberto Kassab, ex-prefeito paulistano (2006-12). Um dos políticos mais astutos e silenciosos em ação, ele fundou um partido para chamar de seu, o PSD, em 2011.
A operação custou-lhe energia e maculou seu mandato --que havia atingido um pico de popularidade quando derrotou figurões em 2008, vindo de uma gestão herdada por ser vice de José Serra (PSDB), eleito governador em 2006. Apesar da origem nominal, aproximou-se de Dilma e cumpriu seus acordos.
Viu o PSD virar uma potência política razoável. Fez dois governadores e, mesmo com a desidratação que atingiu todos os governistas, na Câmara só está atrás de PT, PMDB e PSDB em termos de bancada eleita.
A coroação do processo, para Kassab, será conseguir assumir o Ministério das Cidades, cujas verbas e capilaridade estão nas mãos de um aliado enfraquecido de Dilma, o PP que é alvo de destaque na Lava Jato.
Mas ele quer mais. Lidera campanha para fazer renascer o Partido Liberal, legenda na qual começou a vida política e que virou o atual PR.
Apesar do nome, espera-se que o PL mantenha a definição kassabista de não ser nem de esquerda, nem de direita, nem de centro. Uma jabuticaba sincera em seus desígnios, brasileiríssima, digamos assim.
Com o PL, poderá atrair gente de toda coloração em 2015, já que não há limites para o troca-troca com novas agremiações, e quando talvez o estrago da Lava Jato esteja mais claro. Siglas como o seu partido anterior, o DEM, podem ser absorvidas.
O objetivo? Mostrar serviço no Parlamento e começar a disputar espaço de fiador da estabilidade política com o PMDB, auferindo louros correspondentes. Difícil e de longo prazo, bem ao estilo de Kassab.
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