• Dilma deve dar posse a Levy como titular da Fazenda na sexta-feira, para iniciar ajuste fiscal
Martha Beck, Simone Iglesias, Junia Gama e Catarina Alencastro – O Globo
BRASÍLIA -Diante do forte desgaste da atual equipe econômica e da necessidade de mostrar ao mercado que haverá uma mudança na condução da economia, o Palácio do Planalto decidiu dar posse imediata aos novos ministros, que devem anunciar um conjunto de medidas de ajuste na área fiscal. O anúncio oficial de Joaquim Levy no Ministério da Fazenda; Nelson Barbosa, no Planejamento; e a confirmação de Alexandre Tombini no Banco Central serão feitos amanhã. A posse pode ocorrer na sexta-feira, quando Guido Mantega (Fazenda) e Miriam Belchior (Planejamento) deixarão seus cargos. A presidente Dilma Rousseff passou a tarde de ontem reunida com Levy, Barbosa, Tombini e Aloizio Mercadante (Casa Civil) para discutir o ajuste.
O primeiro sinal que a presidente quer dar ao mercado com o anúncio e posse da nova equipe é que o governo está, de fato, comprometido com uma meta de superávit primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública) mais elevada e com o controle de gastos públicos.
Planos de ajuste devem voltar à pauta
Por isso, devem voltar à pauta algumas propostas que foram defendidas por Lula em seu primeiro mandato, mas que sempre foram vistas com reservas por Dilma. Uma delas é a fixação de um limite para o crescimento dos gastos correntes. A medida fazia parte do plano de ajuste fiscal de longo prazo que foi proposto pelo então ministro da Fazenda Antonio Palocci e que foi chamado de "rudimentar" por Dilma, na época na Casa Civil.
Agora, o Palácio do Planalto avalia que o momento é de resgatar o compromisso com o reequilíbrio das contas públicas e a redução da dívida pública. Levy e Barbosa trabalham com o Planalto no plano cujas diretrizes devem ser anunciadas após a posse.
Também devem ser anunciados logo os cargos mais importantes de segundo escalão, como o do Tesouro Nacional. O atual secretário, Arno Augustin, apontado como um dos protagonistas da política fiscal que deteriorou as contas públicas, não deve permanecer no governo.
Além de Levy e Barbosa, também devem ser anunciados logo os nomes do senador Armando Monteiro (PTB-PE) para o Desenvolvimento, e o da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) para a Agricultura. Monteiro esteve ontem na sede do ministério para começar a tomar pé da situação e indicou que pode começar a despachar na segunda-feira.
Na sexta-feira, será divulgado o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre. Mantega deve comentar os números em entrevista coletiva, que deve ser a última à frente da Fazenda. Miriam Belchior também sairá, mas deve ser indicada para outra função no governo: é provável que retorne ao Planalto com o Programa de Aceleração do Crescimento. (Colaborou Danilo Fariello)
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