- Folha de S. Paulo
SÃO PAULO - O doleiro Alberto Youssef disse em depoimento que prestou após celebrar o acordo de delação premiada que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff, ambos do PT, "tinham conhecimento da estrutura que envolvia a distribuição e repasse de comissões" na Petrobras.
Youssef relatou que o esquema de desvios de recursos da estatal era conhecido por integrantes da cúpula do governo Lula. "O alto escalão do governo tinha conhecimento", disse, citando genericamente o Palácio do Planalto. Indagado o que queria dizer com Palácio do Planalto, o doleiro citou os nomes do ex-presidente e da atual presidente, de Gilberto Carvalho, Ideli Salvatti, Gleisi Hoffman, Dilma Rousseff, Antonio Palocci, José Dirceu e Edson Lobão.
Carvalho foi secretário-geral da Presidência na gestão de Lula e de Dilma. Os demais ocuparam a chefia da Casa Civil, com exceção de Lobão, que foi ministro das Minas e Energia de Dilma.
A citação aparece no pedido de abertura de inquérito da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que o doleiro diz ter recebido R$ 1 milhão dele --o que ela já negou.
Não é citada a data do depoimento, mas o pedido de inquérito cita que é um complemento de um interrogatório.
O doleiro não explica como soube que a cúpula do governo sabia do esquema nem cita exemplos. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, recomendou ao Supremo que não instaurasse inquérito contra Dilma por considerar que não havia elementos legais para sustentar a apuração. Janot tomou a mesma atitude em relação ao senador Aécio Neves (PSDB-MG).
A Folha não conseguiu localizar assessores de Lula e Dilma na noite de sexta (6).
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