Por Assis Moreira e Cristiane Agostine – Valor Econômico
BELEK (TURQUIA) e SÃO PAULO - A presidente Dilma Rousseff assegurou ontem que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, permanecerá no cargo. "Repito: considero o ministro Levy sobretudo um grande servidor público, que tem compromisso com a estabilidade do país", declarou Dilma em entrevista coletiva, antes de deixar Antalya, na Turquia, onde participou da reunião do G-20.
Para a presidente, são "extremamente" nocivas para o país as "especulações que, vira e mexe, são feitas sobre o ministro Levy, que me obrigam a sistematicamente vir a público e reforçar que ele fica onde está". "Isso não contribui para o país", criticou, para em seguida fazer clara referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que a vem pressionando para substituir Levy pelo ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles. "Não tenho de concordar em tudo com pessoas das quais gosto imensamente, até porque somos adultos e cada um de nós pode ter sua forma de encarar a realidade, mesmo considerando que a gente concorde no geral quanto ao país".
O PT, segundo apurou o Valor, continua defendendo a nomeação de Meirelles. O comando do partido compara a situação de Levy à de Aloizio Mercadante, que perdeu apoio na sigla para continuar na Casa Civil e acabou retornando ao Ministério da Educação. Os petistas ponderam, contudo, que Meirelles não deverá ter autonomia para trocar o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.
Dilma afirma que Levy "fica onde está"
Joaquim Levy fica no cargo de ministro de Fazenda. A presidente Dilma Rousseff chegou preparada para martelar essa mensagem, e mostrar diferença com seu mentor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista à imprensa brasileira antes de deixar a Antalya (Turquia), de onde viajou antes do fim da cúpula do G-20.
A presidente sabia que a pergunta sobre Levy era inevitável. E ao ser indagada se concordava com a declaração de Lula, de que o prazo de validade de Levy na Fazenda tinha expirado, a presidente respondeu rapidamente que não concordava, mesmo "gostando imensamente" do ex-presidente.
"Repito: considero o ministro Levy sobretudo um grande servidor público, que tem compromisso com a estabilidade do país".
Para a presidente, é "extremamente nocivo e negativo para o país as especulações que vira e mexe são feitas sobre o ministro Levy, que me obrigam a sistematicamente vir a público e reforçar que o ministro Levy fica onde está".
"Isso não contribui para o país", acrescentou a presidente, no seu pronunciamento visivelmente preparado. "Eu não tenho de concordar com tudo que pessoas das quais gosto imensamente, até porque somos adultos e cada um de nós pode ter sua forma de encarar a realidade, mesmo considerando que a gente concorda no geral quanto ao país."
Mais tarde, quando foi perguntada se tinha algum problema com o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, a presidente respondeu sem mencionar o nome daquele que é apontado como candidato de Lula ao Ministério da Fazenda. "Não tenho problema com ninguém", disse. Deu um passo à frente e acrescentou: "Estou na fase de Dilminha paz e amor."
Na delegação brasileira, a nova resposta ao "fogo amigo" deveria ser feita. Ainda mais num cenário em que Dilma acha que situação política "está cada dia se normalizando mais", e que dá para focar ação no Congresso.
"A avaliação do governo é de que temos hoje maioria [no Congresso] em alguns casos bem confortável, em outros mais apertada, mas temos maioria", afirmou a presidente.
Considerando esse cenário, Dilma Rousseff continua não apostando em um plano B e insiste na aprovação da CPMF. "É fundamental aprovar a CPMF", disse ela, argumentando que é um imposto "para acelerar o processo de saída da crise". De acordo com a presidente, "não é [imposto] para [o governo] gastar mais, e sim para [o país] crescer mais''.
Depois de afirmar que seu governo foi o que mais diminuiu impostos, Dilma acrescentou que agora o "reequilíbrio fiscal vai requerer de nós para fechar as contas, e fazer superávit, a consciência de responsabilidade para aprovar a CPMF".
Para Dilma, em dois ou três anos os emergentes voltarão a crescer. "Há reconhecimento no G-20 da desaceleração acentuada do crescimento nos emergentes, e a crença de que isso não permanecerá."
Dilma notou que o Brasil é um dos países que sofre mesmo retração economica. Mas que a visão no G-20 é de que nos os países desenvolvidos "a economia está se recompondo, e de que os emergentes voltarão a crescer num horizonte mais próximo".
Para ela, os emergentes "não têm grandes bolhas financeiras para superar, e as que existem foram superadas", sem entrar em detalhes.
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