Por Juliano Basile – Valor Econômico
WASHINGTON - Pela primeira vez em quatro anos, o Fundo Monetário Internacional (FMI) fez uma revisão para cima das expectativas de desempenho da economia brasileira, mas a projeção para 2016 continua sendo de recessão, agora de queda de 3,3%. A conclusão está no relatório Panorama Econômico Mundial (WEO, na sigla em inglês), divulgado nessa terça-feira. Segundo o documento, houve uma melhora nas expectativas de empresas e consumidores do país, o que deverá levar a uma queda mais moderada do Produto Interno Bruto (PIB).
Apesar de continuar negativa, a perspectiva para o Brasil representa uma melhora de 0,5 ponto em relação à projeção do mesmo relatório, em abril passado, quando a queda do PIB foi apontada em 3,8%.
A última vez que a instituição havia indicado melhora na projeção do PIB do Brasil foi em julho de 2012. Desde então, todas as edições do Panorama Econômico Mundial (quatro por ano) sempre indicaram piora nas expectativas da economia brasileira.
Para 2017, o FMI também indicou uma melhora de 0,5 ponto em relação ao relatório de abril. Segundo o Fundo, o Brasil poderá crescer 0,5% em 2017. Em abril, a instituição havia indicado estabilidade.
A América Latina deverá ter crescimento de 1,6% em 2017. O Brasil continua sendo um dos principais países a puxar o crescimento da região para baixo, ao lado da Venezuela.
No relatório, o FMI verificou que houve certa melhora nas expectativas de países emergentes e mencionou o Brasil e a Rússia. “Os indicadores de atividade real foram ligeiramente mais sólidos do que o esperado na China, graças a políticas de estímulo que foram adotadas, assim como no Brasil e na Rússia”, diz o documento. O FMI identificou “indícios preliminares de moderação da profunda desaceleração no Brasil”.
“A confiança dos consumidores e das empresas parece ter começado a melhorar no Brasil e a contração do PIB no primeiro trimestre foi mais moderada do que o previsto”, informou o Fundo. “Consequentemente, se projeta, agora, que a recessão de 2016 será ligeiramente menos grave e que o desempenho volte a ser positivo em 2017.”
O FMI advertiu que persistem incertezas sobre a política econômica, o que tornam as perspectivas nebulosas.
No caso dos emergentes, a instituição apontou que houve uma melhora da atividade dos países exportadores de matérias-primas por conta do fortalecimento dos investimentos na infraestrutura da China e do aumento dos preços do petróleo. Essa situação favoreceu as projeções para a economia da Rússia, que eram de queda de 1,8% em abril e passaram para contração de 1,2% na edição do Panorama Econômico Mundial divulgado hoje.
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