- Folha de S. Paulo
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, foi eleito graças ao apoio de Lula e do PT. Quatro anos depois, os trunfos de 2012 se tornaram as principais ameaças à sua reeleição. Este é o discurso de aliados próximos ao petista, que tentará o segundo mandato em outubro.
A nova pesquisa Datafolha mostra Haddad num constrangedor quarto lugar, com apenas 8% das intenções de voto. Sua rejeição é arrasadora: 45% dos eleitores dizem que não votarão nele de jeito nenhum.
Conselheiros do prefeito atribuem o resultado desastroso ao clima político da cidade, que concentrou as maiores manifestações a favor do impeachment. "O Haddad carrega três elefantes nas costas: Lula, Dilma e o PT", diz um secretário municipal.
Alguns números dão suporte a esta interpretação. Em julho de 2012, o PT tinha a simpatia de 26% dos paulistanos. Agora a preferência pela sigla resume-se a módicos 11%.
A derrocada petista é um peso considerável, mas não parece ser o único fardo de Haddad. De acordo com a pesquisa, 48% consideram sua gestão ruim ou péssima. O paulistano elogia vitrines como a ampliação das ciclovias, mas reclama da área social. Para 79%, o prefeito fez menos que o esperado na saúde.
O Datafolha mostra Celso Russomanno (PRB) isolado na liderança, com 25% das intenções de voto. Atrás dele aparecem ex-petistas que já governaram a cidade: Marta Suplicy (PMDB) e Luiza Erundina (PSOL).
Haddad só chegará ao segundo turno se avançar no eleitorado das duas, especialmente na periferia e entre os mais pobres. Para isso, ele terá que reconquistar a base petista e apresentar as ex-aliadas como desertoras. Querendo ou não, o prefeito continua a depender dos elefantes.
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Um diretor da Fiesp detém o título de maior devedor da União, com um papagaio de R$ 6,9 bilhões. O Brasil é o país em que os donos do pato se recusam a pagar o pato.
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