- Folha de S. Paulo
O governo de Michel Temer protagonizou um pequeno vexame na sexta (7). Sua base de apoio liderada pelo inexpressivo André Moura (PSC-SE) fracassou na estratégia de reunir o mínimo de 51 deputados em plenário (10% da Câmara).
O fiasco deixou sob breve ameaça a aprovação em primeiro turno da PEC do teto do gasto público programada para o começo da semana.
A regra do Congresso exige o intervalo de duas sessões para que a medida seja votada em plenário depois de ter passado por uma comissão especial há dois dias.
Em tese, a proposta tratada como prioridade pelo Planalto só poderia ser apreciada a partir da tarde de terça-feira (11), véspera de feriado, ocasião típica de baixo quórum na Casa.
Mas o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que anda às turras com assessores de Temer, avisou que pretende apresentar um requerimento para suspender esse intervalo e antecipar a votação para segunda (10), como deseja o governo.
A manobra deve dar certo, mas expõe os obstáculos de Temer para lidar com uma base aliada aparentemente coesa e ampla na Câmara.
A cartada final do presidente aos deputados será dada num rega-bofe no Palácio da Alvorada na noite deste domingo (9). A expectativa é que pelo menos 300 parlamentares de sua bancada de apoio compareçam.
Temer quer usar o encontro para demonstrar força política e ao mesmo tempo garantir sucesso no que será seu mais importante teste legislativo desde que assumiu o cargo.
Não há dúvida de que a aprovação do teto é fundamental para o governo dar um passo no resgate das contas públicas e esbanjar credibilidade.
Também será essencial para o Planalto evitar a especulação de que pode fracassar em outras votações relevantes no Congresso, entre elas a que trata da Lei de Repatriação.
São imprescindíveis vitórias para quem promete (ou sonha) aprovar um dia reformas profundas como a da Previdência e a trabalhista.
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