Força-tarefa do Ministério Público Federal reage com veemência às declarações dos advogados do ex-presidente, que alegaram não ter tido acesso a documento dos autos do caso tríplex.
Ricardo Brandt, Luiz Vassallo e Daniel Weterman | O Estado de S. Paulo
A força-tarefa da Operação Lava Jato acusou, nesta quinta-feira, 11, a defesa de Luiz Inácio Lula da Silva de mentir sobre a utilização de documentos aos quais os defensores dizem não ter tido acesso, durante depoimento do petista ao juiz Sérgio Moro, no âmbito de ação que investiga propinas de R$ 3,7 milhões da OAS ao ex-presidente.
Segundo a força-tarefa, em entrevista coletiva, os advogados de defesa do ex-presidente Lula afirmaram que foi utilizada uma ata de reunião da diretoria da Petrobrás à qual a defesa do ex-presidente não teve acesso. No entanto, de acordo com os procuradores, o documento é público desde o dia 14 de setembro de 2016.
O documento consta na ação contra Lula no caso em que é investigado pelo recebimento de propinas no valor de R$ 3,7 milhões da OAS. Procuradores atribuem ao ex-presidente a propriedade do tríplex, no condomínio Solaris, no Guarujá, que teria sido uma das benesses da empreiteira ao ex-presidente.
Os procuradores ainda apontam que houve “muitas contradições” no depoimento do petista e que vão se manifestar oportunamente no processo. “Quanto às muitas contradições verificadas no interrogatório do ex-Presidente Lula, à imputação de atos à sua falecida esposa, à confissão de sua relação com pessoas condenadas pela corrupção na Petrobras e à ausência de explicação sobre documentos encontrados em sua residência, o Ministério Público Federal se manifestará oportunamente, no processo, especialmente nas alegações finais.”
Em entrevista ao Broadcast Político na manhã de hoje, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima disse que o MPF pretende pedir novas diligências no processo antes das alegações finais. Ele também criticou os advogados pelas informações feitas na coletiva de imprensa quando falaram que estavam sendo usados documentos que não estavam nos autos. “Talvez a defesa devesse olhar os autos com mais cuidado”, disse.
“Todos os documentos que embasam a acusação, inclusive mostrados na audiência, constam nos autos e foram mencionados inclusive aonde constam”, afirmou o procurador, para quem as afirmações da defesa de Lula foram feitas “talvez para confundir” e são “inadmissíveis”.
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