Grupo se reuniu no Largo do Batata, na Zona Oeste, para defender a saída do presidente
Ana Paula Ribeiro | O Globo
-SÃO PAULO- A exemplo do que aconteceu no domingo passado no Rio, São Paulo teve ontem uma manifestação que pediu a saída do presidente Michel Temer e a realização de eleições diretas neste ano. Realizado no Largo da Batata, Zona Oeste da capital paulista, o ato foi organizado por integrantes da classe artística e de blocos carnavalescos, e contou também com a participação de grupos de esquerda, como Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo.
Vários artistas se apresentaram no palco e se revezaram com críticas ao atual governo e às reformas econômicas em discussão no Congresso. Entre os artistas presentes, estavam Chico Cesar, Emicida, Pitty e Criolo, além de blocos de carnaval.
— Quem comanda é o mais corrupto. Eleição direta é o mais justo — disse o rapper Mano Brown, durante o encerramento do evento.
No caso de uma eventual saída de Michel Temer da Presidência, a Constituição determina a realização de eleições indiretas, já que a vacância ocorreria nos dois anos finais do mandato (iniciado em 2015 após a reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff ). Já existem em tramitação no Congresso dois projetos que pretendem alterar a Constituição para estabelecer eleições diretas caso Temer deixe o cargo agora: um de autoria do deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) e outro do senador José Reguffe (sem partido-DF).
Segundo estimativas dos próprios organizadores, a manifestação contou com a presença de 50 mil pessoas. A projeção de público, explicaram, foi feita com base em estimativa da própria prefeitura para eventos no mesmo local em que a lotação é máxima. A Polícia Militar não forneceu o número de pessoas presentes.
ARTISTAS POLITIZADOS
Guilherme Boulous, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e da Frente Brasil sem Medo, afirmou que a manifestação foi importante para angariar apoio pela saída de Temer e contra as reformas econômicas, como a previdenciária e trabalhista.
— Avalio como positiva a manifestação. É um ato protagonizando pelos artistas, mas politizados. Eles escolheram um lado eé o lado do “Fora, Temer” — afirmou ele.
O ex-senador e vereador Eduardo Suplicy (PT) andou pelo local da manifestação e, ao final, foi para a área reservada acompanhar o show de Mano Brown. Entre o público, era possível ver muitos cartazes de “Fora, Temer” e algumas bandeiras e camisetas da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Militantes do PSOL faziam a coleta de assinaturas em apoio às diretas e também era possível aderir a um abaixo assinado contra o secretário municipal de Cultura de São Paulo, André Sturm.
Representantes das centrais sindicais informaram que devem se reunir nesta semana para definir a data de uma nova greve geral, que pode ocorrer ainda no mês de junho. Seria a terceira no ano (as demais ocorreram em 15 de março e 28 de abril).
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