O ciclo do lulopetismo no poder também gerou negócios temerários em países maus pagadores, cujas dívidas estão sendo pagas pelo contribuinte brasileiro
O balanço do ciclo lulopetista, em que se destaca a política econômica executada a partir do final do segundo governo Lula — e aprofundada pela pupila Dilma Rousseff, até levá-la ao impedimento, no início do segundo mandato, por irresponsabilidade fiscal —, tem aspectos marcantes.
Na macroeconomia, talvez a mais profunda recessão já registrada no país, de mais de 7% no biênio 2015/16, e a volta da inflação ao nível corrosivo dos dois dígitos; e, no plano social, 14 milhões de desempregados, vítimas, ironicamente, de um governo “dos trabalhadores”. Os destroços do desastre ainda não foram todos removidos. A recuperação tem sido lenta, e o desemprego elevado persiste.
Ainda levará tempo para um inventário amplo e detalhado das ruínas deste tempo. Nos últimos dias, surgem dados sobre danos causados a partir do campo da diplomacia. E também não são pequenos.
Logo no início do primeiro governo Lula, enquanto era aplicada uma política econômica sensata, que teve êxito ao debelar a inflação e colocou o país em condições de se beneficiar de um ciclo de crescimento mundial, o Planalto compensava esta concessão “neoliberal” com uma diplomacia terceiro-mundista, de eixo Sul-Sul.
Mas não se ficou apenas em discursos e troca de afagos com caudilhos como o venezuelano Chávez e ditadores africanos. Esta coreografia diplomática abriu espaço para muitos negócios patrocinados pelo lulopetismo e empreiteiras com as quais Lula e aliados do PMDB, PP etc. saquearam a Petrobras.
Foi na esteira desta diplomacia que a Odebrecht, enquanto levava Lula de jatinho para fazer as tais palestras no exterior, fechava negócios e distribuía propinas. Por exemplo, na Colômbia, no Peru, na Venezuela, em Moçambique, Angola etc.
Assim como no Brasil, as investigações em alguns desses países causam terremotos políticos. Mas o contribuinte brasileiro também é levado a arcar com o custo dessa aventura.
A toque de caixa, o Congresso teve de aprovar a liberação de R$1,16 bilhão, no Fundo de Garantia à Exportação (FGE), para cobrir calotes dados pela Venezuela e por Moçambique na importação de bens e serviços brasileiros, feita por meio de negócios gerados pela diplomacia lulopetista, vendida como “independente”.
Outra ironia é que o dinheiro sairá do seguro-desemprego. Mais um desserviço ao trabalhador. O caso é sério, porque o país corre o risco de ser declarado inadimplente. O BNDES ficaria, por exemplo, impossibilitado de financiar negócios segurados pelo FGE. Os prejuízos no comércio exterior seriam grandes. E esta conta, da irresponsabilidade terceiro-mundista, deve continuar a chegar.
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