Por Rafael Moro Martins | Valor Econômico
CURITIBA - A presidenciável Marina Silva (Rede) disse ontem, em Curitiba, que os eleitores brasileiros têm a "grande responsabilidade de não permitir que transformem as eleições em um plebiscito entre a cruz da corrupção e a espada que estimula o ódio e o preconceito", em clara referência a Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL), respectivamente.
"Vivemos um momento delicado em que a cultura do ódio tem sido cada vez mais estimulada e propagada. Nossa campanha quer o Brasil unido", disse, após uma caminhada de cerca de duas horas pela tradicional feira de artesanato do Largo da Ordem, no centro histórico da capital.
Bem recebida na caminhada, Marina parou em quase todas as barracas do trajeto de pouco mais de três quadras, para conversar e tirar fotos com eleitores, acompanhada pelos candidatos a vice-presidente, Eduardo Jorge (PV), a governador do Paraná, Jorge Bernardi (Rede), e a senador, Flávio Arns (Rede).
"As pessoas fazem questão de dar um abraço", comentou, depois. "Nesse momento de tanta raiva e tanta violência, temos que estimular o amor, o abraço. Quero abraçar o Brasil."
Mas a comitiva, que congestionou as estreitas fileiras formadas entre as barracas, também irritou comerciantes. Alguns deles pediram para que os políticos e cabos eleitorais abrissem caminho para eventuais consumidores.
"Eu preciso vender. Só tenho o domingo para isso", justificou-se uma delas, que não quis ser identificada, mas se disse "revoltada com tudo" e confessou ser eleitora de Bolsonaro.
A presidenciável irritou-se ao ser apresentada, pelo Valor, a um comentário que a reportagem ouviu de muitas pessoas que passaram por ela durante a caminhada - a de que Marina só aparece em público a cada quatro anos para a disputa presidencial.
"Às pessoas que dizem isso respondo que é fake news. Durante esses anos todos, ajudei a criar um partido, dei quase 200 palestras, falei diretamente com quase 200 mil pessoas, visitei todos os estados do meu país, me pronunciei sobre todos os temas que são importantes para nosso país", afirmou.
"Se eu encontrasse essa pessoa [que fez o comentário], eu me apresentaria e lhe daria um abraço", disse Marina.
Marina Silva ainda fez campanha no museu Oscar Niemeyer, cujos arredores costumam ficar lotados nos fins de semana de sol e calor em Curitiba. Dali, seguiu para uma visita à Pastoral da Criança e um encontro com mulheres e jovens.
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