sábado, 22 de outubro de 2022

Alvaro Costa e Silva – Quem é o bandido?

Folha de S. Paulo

Campanha de Bolsonaro bate recorde de mentiras e desumaniza moradores de favelas

Carimbo do bolsonarismo, a mentira consome o Brasil desde 2018. Só agora, na boca do segundo turno, o TSE resolveu agir de forma dura e ágil, investigando o "ecossistema de desinformação" a favor do candidato governista e determinando a desmonetização de canais e a retirada de fake news no prazo de duas horas. Os suspeitos contumazes — Bolsonaro e seu filho Carlos estão na lista, claro — terão de dar explicações à Justiça Eleitoral.

Uma coisa é certa: as notícias falsas, até 30 de outubro, vão aumentar, assim como a insanidade delas. Na véspera do primeiro turno, uma reportagem mentirosa —segundo a qual o líder do PCC, Marcola, teria declarado voto em Lula — atingiu milhões de visualizações no YouTube até ser excluída, por ordem do TSE, na manhã do dia de votação.

Desde então os asseclas de Bolsonaro agem para ligar o petista a organizações criminosas e criminalizar moradores de favela — que, ao contrário do presidente, sempre trabalharam e não desfrutam de um milionário cartão corporativo sob sigilo. Trata-se de uma tática desumana e uma espécie de senha para a exclusão de pobres do processo democrático.

Usado por Lula num ato de campanha no Complexo do Alemão, o boné com a sigla CPX foi relacionado ao tráfico de drogas — fake news espalhada até pelo general Braga Netto, que em 2018 comandou a intervenção federal na segurança pública do Rio. Hoje ele prefere golpear a verdade. No debate da Band, Bolsonaro cinicamente igualou favelados a bandidos. Em São Paulo, inventaram um atentado político contra Tarcísio de Freitas antes mesmo de que fossem trocados tiros na comunidade de Paraisópolis.

Bandidagem é a guerra suja nas redes. É comprar votos, liquidando todos os recursos do Estado e empurrando o país para o caos social. É expor e concluir sem provas que meninas venezuelanas, "arrumadinhas", estavam se prostituindo diante de um velho babão.

3 comentários:

Anônimo disse...

"Campanha de Bolsonaro bate recorde de mentiras"

A palavra certa, afinal. Mentiras.
Tudo q envolve o genocida é fraudulento, é mentiroso.

Anônimo disse...

"Bandidagem é a guerra suja nas redes. É comprar votos, liquidando todos os recursos do Estado e empurrando o país para o caos social. É expor e concluir sem provas que meninas venezuelanas, "arrumadinhas", estavam se prostituindo diante de um velho babão"

Verdade. E é nesse "velho babão bandido" q parte dos brasileiros vota. É por afinidade.

ADEMAR AMANCIO disse...

Ele achar que todo favelado é bandido foi demais,uma pena,a sorte foi o Lula dar uma resposta exemplar.