Folha de S. Paulo
Campanha do presidente usa suspeitas a
conta-gotas para estimular tumulto eleitoral
Para que não restassem dúvidas, Jair
Bolsonaro deixou clara a prioridade de sua campanha nos dias
finais do segundo turno. Num comício em Minas Gerais, o presidente alertou os
eleitores para o que seria "o assunto do momento" e sentenciou:
"Sou vítima mais uma vez".
O comitê da reeleição trabalha há três dias para espalhar a ideia de que Bolsonaro é alvo de uma sabotagem na transmissão da propaganda de rádio. O plano vem sendo executado de forma meticulosa para lançar suspeitas a conta-gotas, tumultuar o ambiente eleitoral, desviar atenções e vitimizar o candidato.
O único fato irrefutável que a campanha de
Bolsonaro apresentou até agora foi uma queixa: a de que emissoras de vários
estados deixaram de veicular milhares de inserções do candidato durante a
programação. Poderia ser verdade, mas comprovar essa afirmação não era
necessário para que o presidente começasse a soltar o
grito de fraude eleitoral.
A cronologia da operação prova que o
objetivo é fabricar confusão na última semana da disputa. Primeiro, a campanha
fez uma reclamação sem apresentar as evidências do suposto desequilíbrio.
Depois de 24 horas, apresentou uma contagem parcial. No terceiro dia, Bolsonaro
levou o tema para o palanque e falou em manipulação eleitoral.
Verificações independentes apontaram que
números apresentados pela equipe do presidente não batem com gravações da
própria campanha. Além disso, algumas rádios disseram que deixaram de veicular
a propaganda de Bolsonaro porque o comitê não
enviou os áudios. Mesmo que as inserções não tenham sido veiculadas,
a responsabilidade pela fiscalização é de cada candidatura.
Bolsonaro conseguiu energizar sua base e
congestionar o ambiente para evitar a discussão de temas desagradáveis para sua
campanha. O presidente aposta mais uma vez no batido discurso de que o TSE
conspira com o PT, estimulando agitações para melar a disputa. O bolsonarismo
pode trocar de roupa e preencher planilhas, mas continua igual.
Um comentário:
"Poderia ser verdade, mas comprovar essa afirmação não era necessário para que o presidente começasse a soltar o grito de fraude eleitoral."
NÃO É VERDADE, o articulista sabe. O genocida da República tem compromisso com a mentira.
Comprovar pra q? Melhor tocar o berrante; provas nunca são necessárias nas alegações do desgoverno do pedófilo da República.
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