"A imagem do líder satisfaz o duplo
desejo do seguidor de se submeter à autoridade e de ser ele próprio a
autoridade. Isso corresponde a um mundo no qual o controle irracional é
exercido, apesar de ter perdido sua convicção interna em função do esclarecimento
universal. As pessoas que obedecem aos ditadores sentem que eles são
supérfluos. Elas se reconciliam com essa contradição por meio da presunção de
que elas próprias são o opressor cruel."
*Theodor Ludwig
Wiesengrund-Adorno (1903-1969) foi um filósofo, sociólogo, musicólogo e
compositor alemão. É um dos expoentes da chamada Escola de Frankfurt,
juntamente com Max Horkheimer, Walter Benjamin, Herbert Marcuse, Jürgen
Habermas, entre outros/
.
Um comentário:
Excelente esse texto do Adorno. Mas tenho algumas objeções. Quem lê o texto fica com a impressão de que Adorno conheceu o bolsonarismo. Mas, é claro que não. Ele escreveu isso pensando em Mussolini ou Hitler. Adorno começa dizendo que "A imagem do líder satisfaz o duplo desejo do seguidor de se submeter à autoridade e de ser ele próprio a autoridade. Até aí tudo bem. Em seguida Adorno reflete: "Isso corresponde a um mundo no qual o controle irracional é exercido, apesar de ter perdido sua convicção interna em função do esclarecimento universal". Aqui minha primeira objeção. Esse mundo controlado irracionalmente é o fascismo? Se for quem disse que o fascismo acha que sua filosofia é irracional? E muito menos atarantado em virtude do "esclarecimento universal". Para a direita os irracionais somos nós da esquerda e o esclarecimento universal é a filosofia deles começando com Adam Smith e vindo até Keynes e companhia. E Adorno finaliza dizendo que os seguidores "sentem que os ditadores são supérfluos". E que eles se reconciliam com essa contradição por meio da presunção de que elas próprias são o opressor cruel". No caso do bolsonarismo será que os patriotários acham que o boçal é "supérfluo"? Pra mim eles apostam tudo no boçal. E será que eles se sentem "opressores crueis"? Será que o George Washington dos pobres caso tivesse explodido os 60 mil litros de gasolina de avião e matado milhares de pessoas, teria se sentido "um opressor cruel"? Acho que não. As teorias do Adorno podem se aplicar ao fascismo do século XX. Mas não se aplicam ao fascismo bundalelê do boçal.
Postar um comentário