Talvez alguns entre os senhores me
perguntarão ou me perguntariam o que penso sob o futuro do radicalismo de
direita. Penso que essa pergunta é falsa, pois ela é demasiado contemplativa.
Nessa forma de pensar, que vê de antemão essas coisas como catástrofes
naturais, sobre as quais se fazem previsões assim como sobre furacões ou sobre
desastres meteorológicos, há já uma espécie de resignação na qual as pessoas
desligam-se enquanto sujeitos políticos, há aí uma má relação de espectador com
a realidade. Como essas coisas vão evoluir e a responsabilidade sobre como elas
vão evoluir – isso depende, em última instância, de nós. Agradeço pela atenção.
*Theodor W. Adorno (11/9/1903-6/8/1969),
filósofo, sociólogo, musicólogo e compositor alemão. É um dos expoentes da
chamada Escola de Frankfurt, juntamente com Max Horkheimer, Walter Benjamin,
Herbert Marcuse, Jürgen Habermas, entre outros. Conferência realizada no dia 6
de abril de 1967, a convite da União dos Estudantes Socialista da Áustria.
“Aspectos do novo radicalismo de direita”, p.76. Editora Unesp, 2020.
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