O PRIMEIRO MUNDO FECHA A PORTA
Marcelo Medeiros
Os imigrantes representam uma das principais preocupações dos europeus e dos americanos.
Todos os dias, centenas deles deixam seus países, com a esperança de fugirem da miséria ou dos conflitos armados, para aventurarem uma vida ilegal, mas promissora, em algum país desenvolvido.
O bloco dos 27 países da União Européia, em contrapartida, aumenta o controle de suas fronteiras e procura manter os estrangeiros cada vez mais afastados. Nos Estados Unidos, cujo maior problema são os imigrantes mexicanos, está sendo construído um muro na fronteira com o México.
A realidade que os imigrantes vêm encontrando tem sido cada vez mais penosa. Medidas coercitivas estão sendo adotadas: maior controle sobre a entrada de estrangeiros; punições mais severas para empresários que empregam imigrantes em situação irregular; programas de retorno voluntário aos seus países de origem ou simplesmente a expulsão.
A União Européia aprovou, no mês passado, uma lei que permite que os imigrantes fiquem detidos por até 18 meses sem qualquer acusação legal. Em outro artigo proíbe os estrangeiros expulsos de retornarem por cinco anos.
Esta política contrapõe-se às previsões das Nações Unidas, que calculou num estudo, feito em 2000, que o continente europeu deveria acolher 150 milhões de imigrantes até 2025 para compensar a queda da natalidade e manter sua atividade econômica.
Segundo o mesmo relatório, na última década, os estrangeiros foram responsáveis por 89% do crescimento demográfico na Europa. Sem eles, a população do continente teria sido reduzida em 4,4 milhões de indivíduos.
Na Espanha, a crise econômica, com alta taxa de desemprego (9,6%), levou o primeiro-ministro Zapatero a adotar medidas mais rígidas e criar um ministério da Imigração. Neste ano, até agora, 69 imigrantes morreram no mar ao tentarem atingir a costa mediterrânea da Espanha.
O chefe do governo espanhol cobrou dos países ricos, o cumprimento da promessa de destinarem 0,7% do PIB para o combate à pobreza. "Estamos em uma situação alarmante; ou ajudamos a África a lutar contra a pobreza extrema, ou o nosso Estado social estará em perigo".
O presidente francês que assumiu, neste mês, a presidência da União Européia (UE), quer fazer da imigração a sua grande bandeira. "A França ou a Europa não vão aceitar toda a miséria do mundo", afirmou Sarkozy. Ele propõe um "pacto europeu sobre imigração e asilo", que consiste, objetivamente, em fechar as portas do continente.
Na França, atualmente vivem 5 milhões de imigrantes (8% da população). Estimam-se os imigrantes ilegais entre 300 e 400 mil.
Nos cinco primeiros meses deste ano, aumentou em 80% o percentual de imigrantes ilegais expulsos do território francês.
Na Inglaterra, uma recente pesquisa de opinião revelou que seis entre 10 ingleses, defendem mais rigor no controle da imigração.
A população imigrante regular em Portugal se aproxima de meio milhão de pessoas. O que corresponde a 5% da população do país. A comunidade brasileira é a maior.
Quando os países do primeiro mundo têm desenvolvimento acelerado e querem mão-de-obra barata, aceitam imigrantes. Em épocas de crise econômica, desemprego e pré-estagnação, como a que estão vivendo os europeus e americanos, a tendência é a de não receberem imigrantes.
Marcelo Medeiros
Os imigrantes representam uma das principais preocupações dos europeus e dos americanos.
Todos os dias, centenas deles deixam seus países, com a esperança de fugirem da miséria ou dos conflitos armados, para aventurarem uma vida ilegal, mas promissora, em algum país desenvolvido.
O bloco dos 27 países da União Européia, em contrapartida, aumenta o controle de suas fronteiras e procura manter os estrangeiros cada vez mais afastados. Nos Estados Unidos, cujo maior problema são os imigrantes mexicanos, está sendo construído um muro na fronteira com o México.
A realidade que os imigrantes vêm encontrando tem sido cada vez mais penosa. Medidas coercitivas estão sendo adotadas: maior controle sobre a entrada de estrangeiros; punições mais severas para empresários que empregam imigrantes em situação irregular; programas de retorno voluntário aos seus países de origem ou simplesmente a expulsão.
A União Européia aprovou, no mês passado, uma lei que permite que os imigrantes fiquem detidos por até 18 meses sem qualquer acusação legal. Em outro artigo proíbe os estrangeiros expulsos de retornarem por cinco anos.
Esta política contrapõe-se às previsões das Nações Unidas, que calculou num estudo, feito em 2000, que o continente europeu deveria acolher 150 milhões de imigrantes até 2025 para compensar a queda da natalidade e manter sua atividade econômica.
Segundo o mesmo relatório, na última década, os estrangeiros foram responsáveis por 89% do crescimento demográfico na Europa. Sem eles, a população do continente teria sido reduzida em 4,4 milhões de indivíduos.
Na Espanha, a crise econômica, com alta taxa de desemprego (9,6%), levou o primeiro-ministro Zapatero a adotar medidas mais rígidas e criar um ministério da Imigração. Neste ano, até agora, 69 imigrantes morreram no mar ao tentarem atingir a costa mediterrânea da Espanha.
O chefe do governo espanhol cobrou dos países ricos, o cumprimento da promessa de destinarem 0,7% do PIB para o combate à pobreza. "Estamos em uma situação alarmante; ou ajudamos a África a lutar contra a pobreza extrema, ou o nosso Estado social estará em perigo".
O presidente francês que assumiu, neste mês, a presidência da União Européia (UE), quer fazer da imigração a sua grande bandeira. "A França ou a Europa não vão aceitar toda a miséria do mundo", afirmou Sarkozy. Ele propõe um "pacto europeu sobre imigração e asilo", que consiste, objetivamente, em fechar as portas do continente.
Na França, atualmente vivem 5 milhões de imigrantes (8% da população). Estimam-se os imigrantes ilegais entre 300 e 400 mil.
Nos cinco primeiros meses deste ano, aumentou em 80% o percentual de imigrantes ilegais expulsos do território francês.
Na Inglaterra, uma recente pesquisa de opinião revelou que seis entre 10 ingleses, defendem mais rigor no controle da imigração.
A população imigrante regular em Portugal se aproxima de meio milhão de pessoas. O que corresponde a 5% da população do país. A comunidade brasileira é a maior.
Quando os países do primeiro mundo têm desenvolvimento acelerado e querem mão-de-obra barata, aceitam imigrantes. Em épocas de crise econômica, desemprego e pré-estagnação, como a que estão vivendo os europeus e americanos, a tendência é a de não receberem imigrantes.
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